|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AMBIENTE
Vídeo mostrará entrevistas com moradores do bairro Recanto dos Pássaros; convenção será realizada na Suécia
ONG leva caso Shell a encontro mundial
DA FOLHA CAMPINAS
Os casos de contaminação por
drins (pesticidas) em Paulínia (17
km de Campinas) serão usados
por ambientalistas como exemplo
dos males causados pelos organoclorados em convenção mundial,
prevista para ocorrer entre os dias
21 e 23, em Estocolmo, na Suécia.
O encontro na capital sueca vai
reunir representantes de 132 países para discutir e assinar um tratado sobre o banimento dos POPs
(Poluentes Organoclorados Persistentes).
Os ambientalistas pretendem
acabar com a produção mundial
de 12 produtos químicos tóxicos,
entre eles o Dieldrin, manipulado
pela Shell até 85 nas fábricas de
Paulínia.
As entrevistas com dez moradores do bairro Recanto dos Pássaros, supostamente contaminados
por drins (Aldrin, Endrin e Dieldrin), constam em um vídeo de 12
minutos, assinado por 85 ONGs
(organização não-governamental) do Estado.
Além de Paulínia, que ocupa
cinco minutos da fita, outros três
exemplos serão demonstrados no
vídeo: o caso Rodhia, em Cubatão, DDT, em Mato Grosso do Sul,
e Ascarel, na antiga malha ferroviária Sorocabana.
"Esse vídeo vai mostrar a falta
de mecanismos institucionais em
países em desenvolvimento para
controle ou ação em casos de contaminação", afirmou o conselheiro do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), Carlos
Bocuhy.
De acordo com a representante
do Greenpeace no Estado de São
Paulo Karen Suassuna, o documentário é uma forma de pressão
das unidades ambientalistas.
A Shell informou, por meio de
sua assessoria de imprensa, que
não iria se manifestar sobre a produção do vídeo.
CRM
As ONGs também pretendem
entrar, na próxima semana, com
uma representação no CRM
(Conselho Regional de Medicina)
contra Flávio Zambrone, que é
médico e toxicologista da Shell.
Ele é autor de um artigo publicado na revista "Ciência Hoje",
em que escreve sobre a potencialidade cancerígena dos drins nos
humanos.
Segundo Bocuhy, Zambrone estaria contrariando afirmação feita
em 86, depois que passou a assessorar a Shell no caso da contaminação em Paulínia.
Ele alega que, em nenhum momento, afirmou no artigo que os
drins, especificamente, tinham
potencial cancerígeno.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Paulínia faz vistoria em mata contaminada Índice
|