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TRANSPORTES
Prefeitura de Campinas propõe integração entre perueiros e empresas permissionárias nas rotas urbanas
Secretário quer solução "a curto prazo"
RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS
Ainda sem acordo para reformular o sistema de transporte público em Campinas, o secretário
Marcos Pimentel Bicalho afirmou
que a prefeitura quer solucionar a
questão "a curto prazo" e que perueiros e permissionários de ônibus terão de ceder.
Bicalho propõe a integração entre as 483 peruas e os cerca de 700
ônibus que circulam na cidade.
Para a administração, as peruas
devem atuar como "linhas alimentadoras", operando apenas
na periferia de Campinas.
A proposta é rejeitada pelo Sinpetrac (Sindicato dos Permissionários do Transporte Alternativo
de Campinas) e também pela
Transurc (Associação das Empresas de Transporte Urbano de
Campinas).
"Se não houver acordo, vai prevalecer a espinha dorsal da proposta da prefeitura", declarou o
secretário.
Bicalho discute hoje a contraproposta do Sinpetrac.
O secretário adiantou ontem
que não abre mão da proposta de
que as peruas devem transportar
apenas passageiros dos bairros
para os terminais.
Ele oferece uma remuneração
mensal que varia de R$ 4.600 a R$
6.500 para cada perueiro.
O cálculo teve como base uma
remuneração de R$ 0,80 a R$ 1
por quilômetro rodado.
De acordo com a secretaria, a
remuneração sairia de um fundo
administrado pelas empresas de
ônibus e pela Emdec (Empresa
Municipal de Desenvolvimento
de Campinas). O fundo é estimado em R$ 3 milhões por mês.
O Sinpetrac rejeita a proposta.
"Esse valor é ridículo. Nós não vamos abrir mão de circular no centro e também não vamos aceitar
sermos empregados das empresas de ônibus", afirmou o presidente do Sinpetrac, Lorival Carlos
da Silva.
Segundo ele, a proposta da Prefeitura de Campinas resultará na
"monopolização do transporte da
cidade".
"Não é só o [transporte] alternativo que perde. É toda a população de Campinas", disse Silva.
Bicalho afirmou que os perueiros "não podem atuar onde eles
quiserem". "A resistência é previsível, mas é a prefeitura quem tem
o poder de decisão", afirmou.
"Cada um quer puxar a demanda para o seu lado, mas os dois terão que ceder", disse.
A proposta dos perueiros seria
discutida entre a categoria em
uma assembléia marcada para
ontem à noite.
A Folha não conseguiu localizar
ontem o presidente da Transurc,
Armando Damaceno. Ele foi procurado na associação e em seu telefone celular.
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