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CAMPINAS, 226
Cultura, que foi considerada sofisticada na cidade no século passado, sofre com o chamado "deserto cultural"
Município perde seis teatros em 30 anos
DA FOLHA CAMPINAS
A cidade que construiu o Teatro
São Carlos, em 1850, muito antes
de ter água e esgoto para a população, vive hoje uma realidade diferente. Campinas teve seis casas
de espetáculo fechadas nos últimos 30 anos.
Foram fechados o Teatro Municipal Carlos Gomes, Barracão, Da
Criança, Premiere e Dom Barreto,
além da sala de espetáculos do
Conservatório Carlos Gomes.
De grandes espaços, sobraram
apenas o Teatro Castro Mendes e
o Centro de Convivência Cultural.
Outros, menores, são mantidos
pela iniciativa privada. Para especialistas, a Campinas passa por
uma "carência cultural".
Segundo o coordenador do
Centro de Cultura e Arte da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica), José Alexandre dos
Santos Ribeiro, o início da história da cultura da cidade está ligado à chegada de colonos europeus
que vieram substituir a mão-de-obra escrava.
"No século passado, a cultura
em Campinas era até sofisticada
demais para a época", disse.
Segundo o professor, é por causa da iniciativa privada que não a
cidade não está em um "deserto
cultural". "A administração alega
falta de recursos para promover
atividades culturais, mas onde estão os altos impostos que pagamos? O poder público tem a obrigação de devolver parte do recurso para a sociedade", disse.
Segundo Ribeiro, a "carência
cultural" pode ser coberta, muitas
vezes, com medidas simples.
"Um ginásio de esportes com
tratamento acústico é um ótimo
lugar para apresentações que podem ser feitas pela própria sociedade. Basta dar condições para a
população criar", afirmou.
Ele também criticou as áreas de
lazer. "O Parque Ecológico, por
exemplo, está horrível", disse.
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