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ADMINISTRAÇÃO
Prefeito terá de pagar R$ 30 mil referentes aos encargos do processo; papéis da CEI sumiram da Câmara
TJ derruba ação de Toninho sobre suspeitas no VLT
RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS
O Tribunal de Justiça do Estado
julgou improcedente a ação popular impetrada pelo prefeito de
Campinas, Antonio da Costa Santos (PT), que levanta suspeitas de
irregularidades na concorrência
pública para a construção e implantação do VLT (Veículo Leve
sobre Trilhos).
O Tribunal determinou ainda
que Toninho pague os exames periciais do processo, calculados em
aproximadamente R$ 30 mil.
O prazo para os recursos em
Brasília vence hoje.
O secretário de Assuntos Jurídicos e Cidadania de Campinas,
Nilson Roberto Lucílio, e advogado de Toninho, na época, disse
que vai recorrer ao STJ (Superior
Tribunal de Justiça) e ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Na ação, Toninho alegou "vício
no edital, desigualdade de tratamento, desvios na implantação,
subterfúgios no contrato, distanciamento do objeto e lesão ao erário público".
A decisão é de 23 de outubro do
ano passado. Toninho entrou então com um recurso de embargos
e declarações que suspendeu o
processo até o último dia 2, quando a decisão foi publicada.
"O Tribunal de Justiça fez uma
análise superficial do trabalho de
perícia de uma obra que sequer
existe", disse o secretário Nílson
Lucílio.
Os advogados de Toninho vão
tentar um recurso especial no Supremo Tribunal de Justiça para
contestar a decisão do TJ, que julgou improcedente as denúncias
de irregularidades na concorrência pública do VLT.
Toninho também vai recorrer
no STJ contra a decisão do Tribunal de que o prefeito terá de pagar
os exames periciais do processo,
calculados em cerca de R$ 30 mil.
O VLT de Campinas foi construído entre agosto de 1990 e abril
de 1993 pela empresa Mendes Júnior, vencedora de um processo
de licitação conduzido pela extinta Fepasa (Ferrovias Paulistas
S.A.). A obra utilizou recursos do
governo do Estado.
Inicialmente, as obras estavam
estimadas em US$ 50 milhões,
um valor que ao final do contrato
havia saltado para US$ 120 milhões, segundo anunciou a própria direção da Fepasa na época.
Sindicância
No dia 3 de março, a Câmara
Municipal abriu uma Comissão
de Sindicância para investigar o
desaparecimento do relatório final da CEI (Comissão Especial de
Inquérito) que apurou um suposto superfaturamento nas obras do
VLT, em 1990.
A presidência da Câmara vai indicar os funcionários da Casa Israel Mazzo, Daniele Cardoso
Haelvoot e Maria Imaculada Conceição para integrar a Comissão
de Sindicância.
O relatório final concluiu que
houve superfaturamento no valor
das obras.
O documento deveria ter sido
encaminhado ao Ministério Público Estadual para a instauração
de um inquérito, segundo o vereador Tadeu Marcos Ferreira
(PMDB), que foi o relator da CEI.
Sem o relatório, o Ministério
Público sequer iniciou as investigações sobre as supostas irregularidades nas obras.
O sumiço do relatório foi percebido em setembro de 1997, quando foi criada uma Comissão Especial de Estudos para dar um destino ao VLT.
Até então, o sumiço do relatório
não havia sido denunciado pelos
vereadores. Na época, o vereador
Tadeu Marcos apresentou requerimento pedindo a reconstituição
de todo o processo e cópia do
acompanhamento taquigráfico
da leitura do relatório.
A CEI foi instalada depois das
denúncias do então vice-prefeito
Antonio da Costa Santos.
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