Campinas, Sábado, 16 de Dezembro de 2000

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NARCOTRÁFICO
Integrantes da comissão querem garantia de que empresário continue preso após o recesso parlamentar
CPMI vai pedir prisão preventiva de Sozza

MAURÍCIO SIMIONATO
EDITOR-ASSISTENTE DA FOLHA CAMPINAS

A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) vai pedir à Justiça do Maranhão e de Porto Ferreira (SP) a mudança do regime de prisão do empresário de Campinas William Sozza, de temporária para preventiva.
Sozza é acusado de integrar uma quadrilha de roubo de cargas no Brasil.
Os integrantes da comissão temem que o empresário seja solto antes das retomadas dos trabalhos, em fevereiro, após o recesso parlamentar de fim-de-ano.
Sozza tem dois pedidos de prisão temporária em vigor, um no Maranhão, devido à acusação de participação no assassinato do delegado Stênio Mendonça, e outro em Porto Ferreira, por flagrante de porte de documentos falsos.
Segundo um dos membros da CPMI, deputado federal Pompeo de Mattos (PDT-RS), foram encaminhadas à Justiça todas as notas taquigráficas de depoimentos que denunciam Sozza realizados na CPI do Narcotráfico.
"Vamos dar elementos para que a Justiça mantenha Sozza preso com a transformação de sua prisão de temporária para preventiva", disse o deputado.
Com o regime de prisão preventiva decretado, o preso fica detido durante as investigações.
Os advogados de Sozza entraram com um pedido de habeas corpus na Justiça do Maranhão.
Eles alegam que o empresário é inocente e tem residência fixa.
A decisão da Justiça do Maranhão deve sair entre 20 e 30 dias. Já a Justiça de Porto Ferreira pode decidir sobre o pedido de habeas corpus na próxima semana.
Durante a semana, Sozza prestou depoimento na Justiça do Maranhão e na CPMI do Roubo de Cargas, em Brasília.
No Maranhão, ele se manteve calado e se negou a responder parte das perguntas. Sozza negou todas as acusações.
Em Brasília, o presidente da comissão, senador Romeu Tuma (PFL-SP), tentou obter algum tipo de informação de Sozza que pudesse contribuir para as investigações. Mas ele, novamente, permaneceu calado.
A CPMI ofereceu ao empresário a possibilidade de ele ser incluído no programa de proteção à testemunha. Primeiro, ele recusou. Mas em sessão fechada, afirmou que iria pensar.
Anteontem, o empresário participou de uma acareação com o motorista Jorge Meres Alves, que fez denúncias contra ele e está no programa de proteção a testemunhas. Sozza foi preso na semana passada, em Porto Ferreira, após ter ficado um ano e dois meses foragido.


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