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NARCOTRÁFICO
Integrantes da comissão querem garantia de que empresário continue preso após o recesso parlamentar
CPMI vai pedir prisão preventiva de Sozza
MAURÍCIO SIMIONATO
EDITOR-ASSISTENTE DA FOLHA CAMPINAS
A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) vai pedir à
Justiça do Maranhão e de Porto
Ferreira (SP) a mudança do regime de prisão do empresário de
Campinas William Sozza, de temporária para preventiva.
Sozza é acusado de integrar
uma quadrilha de roubo de cargas
no Brasil.
Os integrantes da comissão temem que o empresário seja solto
antes das retomadas dos trabalhos, em fevereiro, após o recesso
parlamentar de fim-de-ano.
Sozza tem dois pedidos de prisão temporária em vigor, um no
Maranhão, devido à acusação de
participação no assassinato do
delegado Stênio Mendonça, e outro em Porto Ferreira, por flagrante de porte de documentos
falsos.
Segundo um dos membros da
CPMI, deputado federal Pompeo
de Mattos (PDT-RS), foram encaminhadas à Justiça todas as notas
taquigráficas de depoimentos que
denunciam Sozza realizados na
CPI do Narcotráfico.
"Vamos dar elementos para que
a Justiça mantenha Sozza preso
com a transformação de sua prisão de temporária para preventiva", disse o deputado.
Com o regime de prisão preventiva decretado, o preso fica detido
durante as investigações.
Os advogados de Sozza entraram com um pedido de habeas
corpus na Justiça do Maranhão.
Eles alegam que o empresário é
inocente e tem residência fixa.
A decisão da Justiça do Maranhão deve sair entre 20 e 30 dias.
Já a Justiça de Porto Ferreira pode
decidir sobre o pedido de habeas
corpus na próxima semana.
Durante a semana, Sozza prestou depoimento na Justiça do Maranhão e na CPMI do Roubo de
Cargas, em Brasília.
No Maranhão, ele se manteve
calado e se negou a responder
parte das perguntas. Sozza negou
todas as acusações.
Em Brasília, o presidente da comissão, senador Romeu Tuma
(PFL-SP), tentou obter algum tipo
de informação de Sozza que pudesse contribuir para as investigações. Mas ele, novamente, permaneceu calado.
A CPMI ofereceu ao empresário
a possibilidade de ele ser incluído
no programa de proteção à testemunha. Primeiro, ele recusou.
Mas em sessão fechada, afirmou
que iria pensar.
Anteontem, o empresário participou de uma acareação com o
motorista Jorge Meres Alves, que
fez denúncias contra ele e está no
programa de proteção a testemunhas. Sozza foi preso na semana
passada, em Porto Ferreira, após
ter ficado um ano e dois meses foragido.
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