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ADMINISTRAÇÃO
Ação foi impetrada pela Prefeitura de Campinas; a verba está retida pelo não-pagamento de uma ARO
Juíza nega desbloqueio de R$ 3 mi de BB
LUCIANA FINAZZI
da Folha Campinas
A juíza substituta da 10ª Vara Cível de Campinas, Ana Paula
Scheiffer, negou ontem à prefeitura a liminar de desbloqueio do dinheiro retido desde o último dia 30
no Banco do Brasil.
Até agora estão retidos R$ 3 milhões em impostos municipais pagos no banco por contribuintes.
Segundo a liminar, o banco também não pode utilizar a verba.
O dinheiro está bloqueado em
juízo desde o início do mês, quando a juíza concedeu uma liminar
bloqueando a verba até que a prefeitura comprovasse que a utilizaria em gastos essenciais.
Segundo a sentença da juíza, a
Prefeitura de Campinas não apresentou documentos suficientes para comprovar o pagamento de serviços essenciais, exceto do funcionalismo público.
Segundo Ana Paula, o pagamento dos funcionários está garantido
por uma liminar concedida pelo
juiz da 10º Vara, Ricardo Fiore, no
último dia 29, quando o banco reteve R$ 2 milhões da folha de pagamento de servidores.
Na ocasião, o juiz garantiu o desbloqueio da verba para completar
a folha de pagamento.
"A maioria das notas fiscais
apresentadas se referem a obrigações contraídas antes de janeiro",
escreveu a juíza em sua sentença.
Segundo ela, os documentos não
comprovam as dificuldades para
pagar credores do serviço público
em decorrência do bloqueio efetuado pelo banco.
A juíza determina também que o
Banco do Brasil apresente em 24
horas o extrato do bloqueio.
Segundo o superintendente do
Banco do Brasil, Paulo Bonzanini,
o departamento jurídico da instituição está analisando o caso.
"A decisão deve ser acatada, mas
estamos tentando um acordo com
a prefeitura sem envolver meios
judiciais", disse.
A Folha tentou falar ontem com
o secretário dos Negócios Jurídicos, Rubens Noronha, mas não
conseguiu localizá-lo.
O secretário das Finanças e dos
Recursos Humanos, Álvaro César
Iglesias, estava de licença médica.
Entretanto, em entrevistas anteriores para a Folha, ele afirmou
que, com a retenção do dinheiro,
podem faltar remédios, merendas
e até mesmo ambulâncias na rede
municipal.
A batalha
A retenção do dinheiro da administração acontece porque a prefeitura está devendo mais de R$ 30
milhões de uma ARO (Antecipação de Receita Orçamentária) emprestada em junho de 98.
Na ação impetrada no início do
mês, a prefeitura pede ainda a ruptura imediata do convênio com o
banco. No entanto, o BB entende
que o município deve avisar com
30 dias de antecedência o rompimento do convênio.
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