Campinas, Quarta, 18 de novembro de 1998

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SAÚDE
Média de casos é maior que a estadual
Tuberculose é 21% maior em Campinas

da Reportagem Local

O Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital de Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) divulgou ontem que a média de pacientes infectados com tuberculose em Campinas é 21,8% maior do que a média do Estado de São Paulo.
De acordo com dados da Unicamp, Campinas tem 67 casos de tuberculose a cada grupo de 100 mil habitantes. No Estado, o índice é de 55 doentes por 100 mil habitantes.
Segundo a médica sanitarista da Divisão de Tuberculose do Centro de Vigilância da Secretaria Estadual da Saúde Laedi Alves Rodrigues dos Santos, a região de Campinas perde apenas para o litoral norte e Baixada Santista e para a Grande São Paulo.
Na Baixada Santista e litoral norte, foram registrados 120 casos para cada 100 mil habitantes. Já na Grande São Paulo -Osasco, Guarulhos, Carapicuíba e Bariri-, são 80 casos por 100 mil habitantes.
Segundo Laedi, o número de doentes de tuberculose em Campinas está acima de grandes cidades como Ribeirão Preto, Sorocaba e São José do Rio Preto.
Este ano, até o início deste mês, foram registrados 534 casos da doença. Até final do ano passado, o número foi de 679.
De acordo com o professor de pneumologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp Reinaldo Quagliato, a situação de Campinas é grave.
"Temos um índice da doença muito acima ao da média do Estado, o que demonstra que a situação é grave", disse o professor.
De acordo com ele, a pauperização e o grande número de doentes contaminados pelo HIV são os principais fatores do alto índice de tuberculose em Campinas.
Quagliato afirmou que um grande problema enfrentado pela Vigilância Epidemiológica é o abandono do tratamento pelo paciente.
"O tratamento dura seis meses e muitos pacientes acabam deixando pela metade, o que pode causar a resistência do bacilo causador da tuberculose", disse.
De acordo com a médica sanitarista da Vigilância, 16% dos pacientes deixam o tratamento antes de obter alta. "A bactéria fica resistente e a chance de cura fica em 70%", afirmou.
A estudante Adriana Lima Gama, 16, está com tuberculose há um ano. "Tive que deixar de estudar", disse. Ela pesa 28 quilos.



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