Campinas, Quarta, 18 de novembro de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice ACUSAÇÃO Adolescente acusa inspetor de o ter agredido Polícia investiga racismo em escola
free-lance para a Folha A Polícia Civil vai apurar uma denúncia de racismo na escola estadual Aníbal de Freitas, localizada no Jardim Guanabara, em Campinas. A denúncia foi feita pela funcionária pública Lenir da Penha Francisco Prado anteontem à tarde, depois que o filho R.F.P., 16, disse ter sido agredido verbal e fisicamente por um inspetor da escola. "Meu filho estava brincando com os amigos na hora do intervalo, fazendo uma batucada, quando o inspetor se aproximou e tentou agredi-lo", disse a mãe do adolescente. Segundo R., aluno da 8ª série, o inspetor teria puxado seu braço na frente dos colegas. "Eu não reagi fisicamente e ele ainda me xingou de preto, macaco, sem-vergonha e ordinário", disse. O inspetor Darci Vaz Mano, acusado de ter discriminado R., não foi encontrado na escola. A diretora, que se identificou como Maria Amélia, disse que tomou conhecimento do caso, mas não quis comentar o assunto. Os colegas de R. confirmaram a denúncia. "O inspetor só repreendeu o R.", disse F.C.C., 14. Segundo a mãe do estudante, a diretora da escola disse que iria deferir uma advertência por escrito ao inspetor. Ontem à tarde, Lenir se reuniu com o vereador Sebastião Arcanjo (PT), membro da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Municipal. O vereador prometeu enviar representações à Delegacia de Ensino de Campinas, à Promotoria da Infância e Juventude e à Secretaria Estadual da Educação para denunciar o caso. "Não podemos nos omitir agora. Tenho mais dois filhos na escola e não vou admitir perseguição", disse Lenir. A funcionária pública disse que vai processar o inspetor por racismo. A polícia vai apurar o caso como injúria racial. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
|