Campinas, Quarta, 18 de novembro de 1998

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CRISE CARCERÁRIA
Em Mogi Mirim, quatro fugiram e os outros presos fizeram uma rebelião
40 escapam da cadeia em Limeira

free-lance para a Folha

Um grupo de 40 dos 172 presos da Cadeia Pública de Limeira (56 km de Campinas) fugiu na madrugada de ontem por um túnel de 10 metros de comprimento.
O buraco ligava a cadeia a uma casa vizinha, onde ninguém morava. Segundo a polícia, a casa já foi utilizada pelos presos em quatro fugas anteriores.
A polícia descobriu que a casa era utilizada como rota de fuga, pois foram encontradas roupas e sapatos dos presos no local.
A polícia conseguiu recapturar 16 detentos minutos depois da fuga. Outros dois foram pegos na manhã de ontem, totalizando 18 o número de reconduzidos à cadeia.
Até as 18h de ontem, 22 presos ainda estavam foragidos da cadeia local.
A unidade tem capacidade para 60 presos. Foi a sua segunda fuga desde junho e a quinta do ano.
Na fuga anterior, 14 detentos conseguiram escapar. Dez foram presos logo em seguida pela polícia.
O diretor da cadeia, Paulo Cézar Junqueira Hadch, disse que as fugas são causadas pela superlotação e pelo baixo número de funcionários da cadeia.
A cadeia tem 14 funcionários, incluindo o delegado, para "cuidar" dos 172 presos. "Temos uma proporção de 12 detentos para cada funcionário", disse.
Em outubro, 22 presos condenados foram transferidos para penitenciárias do Estado. A direção da cadeia aguarda a transferência de mais 20 presos até o final do ano.
Dos 172 presos antes alojados em Limeira, 50%, ou seja 86 deles, são condenados e aguardam vagas em penitenciárias do Estado. "Estou aguardando novas transferências" disse o delegado.
A Prefeitura de Limeira foi chamada ontem para fechar o túnel construído pelos presos durante a fuga.

Mogi Mirim
Em Mogi Mirim (57 km de Campinas), quatro presos conseguiram fugir ontem da cadeia local. A fuga aconteceu às 14h e, duas horas depois, três dos detentos foram recapturados.
Os presos da cadeia de Mogi Mirim cavaram um túnel de pelo menos 5 metros de comprimento para escapar.
Os presos que ficaram dentro da cadeia colocaram fogo nos colchões e 40 policiais militares de Campinas foram chamados para controlar a rebelião.
A PM fez uma vistoria geral para encontrar os objetos usados na abertura do túnel e possíveis armas. Em Bragança Paulista (80 km de Campinas), três presos que tinham fugido havia 15 dias foram capturados pela polícia anteontem.



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