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EDUCAÇÃO
Com a medida, a prefeitura conseguiu matricular 25 mil crianças; em 1998, a rede tinha 22 mil alunos
'Rodízio' de creche inclui 3.000 crianças
LUCIANA FINAZZI
da Folha Campinas
Pelo menos
3.000 crianças
de um total de
25 mil entre 4 e 6
anos devem participar de um
"rodízio" de aulas e ficar somente meio período nas creches
da rede municipal de ensino de
Campinas.
Segundo divulgou a Secretaria da
Educação da cidade, somente 144
das 1.336 crianças de 4 a 6 anos que
pleiteavam período integral nas
creches conseguiram vagas.
No final do ano passado, a Secretaria da Educação cortou meio período das crianças entre 4 e 6 anos
para conseguir matricular os 9.500
alunos que estavam na lista de espera por vagas.
Uma decisão judicial determinou a aplicação de multa diária de
R$ 31.500 à Prefeitura de Campinas, caso as 9.500 crianças estivessem fora da creche.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação, com
as matrículas das 144 crianças em
período integral, esgota-se a capacidade de atendimento da rede
municipal.
Pelo Orçamento deste ano, a prefeitura não deverá investir na educação em 99.
Além de não ter dinheiro para a
construção de prédios, a prefeitura
alega que também não tem verbas
para a contratação de monitores
para as creches.
Para selecionar as crianças que
tiveram direito a frequentar as creches em período integral, a prefeitura utilizou alguns critérios.
Entre eles, crianças cujos pais
abriram processo na Vara da Infância e da Juventude ou tenham
alguma notificação no Conselho
Tutelar.
"Normalmente, as crianças que
têm alguma notificação na Justiça
estão enquadradas em situação de
risco", disse o assessor técnico da
Secretaria da Educação, Jeferson
de Oliveira Souza.
De acordo com ele, são analisadas também famílias que recebam
ajuda financeira da prefeitura ou
que sejam monoparentais (têm somente o pai ou a mãe).
"O estado de nutrição da criança
também foi analisado", disse.
De acordo com o assessor técnico da secretaria, das 1.336 famílias
que se cadastraram para obter o
período integral nas creches,
12,94% têm renda mensal acima de
R$ 1.614.
Outras 33,38% pertencem à classe média baixa e recebem entre R$
450 e R$ 844.
As demais famílias, ou 53,6% dos
cadastrados, pertencem à classe
baixa e têm uma renda mensal entre um salário mínimo e R$ 450.
"A secretaria somente concedeu
o direito à matrícula para as crianças que pertenciam às classes mais
baixas", disse Souza.
A coordenadora de Educação Infantil da Prefeitura de Campinas,
Regina Otília, afirmou ontem que
a secretaria deve chamar as crianças na lista de espera à medida em
que alunos desistirem de frequentar as creches.
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