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DIPLOMACIA
Ministério das Relações Exteriores recebeu carta de casal; eles querem a filha de 11 anos, que vive em Cuba
Itamaraty avalia o caso dos cubanos
MÁRIO TONOCCHI
DA FOLHA ONLINE
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro, em Brasília, avalia a possibilidade de "uma intervenção humanitária" junto ao governo de Fidel Castro para que a
filha do casal cubano Vicente Becerra Sablón, 38, e Zaida Jova
Aguila, 38, moradores de Campinas, visite os pais.
O Itamaraty recebeu anteontem
um documento assinado pelo casal solicitando a intermediação do
governo brasileiro para que Sandra, 11, saia de Cuba para visitar
os pais no Brasil.
De acordo com a assessoria de
imprensa do ministério, o Itamaraty está, no momento, averiguando a situação da família junto às autoridades cubanas -repensáveis pela saída ou não da
menina do país.
O casal, que faz pós-graduação
na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) há quatro
anos, já recebeu do Itamaraty o
"visto de reunião familiar", no dia
29 de agosto do ano passado.
O entrave para a saída de Sandra de Cuba está no próprio governo daquele país. A família disse que já fez cinco pedidos para
que a filha pudesse vir para o Brasil, mas todos foram negados.
No último pedido, respondido
no final do ano passado, o governo cubano informou que a vinda
de Sandra para o Brasil poderia
prejudicar seus estudos e que a
permissão para a saída da criança
seria "um mal exemplo".
"Espero que a carta que enviamos ao Itamaraty nos ajude para
que nossa filha possa viver no
Brasil. Estamos otimistas", declarou Sablón.
O cubano veio para o Brasil para
fazer mestrado e doutorado em
engenharia elétrica, e Zelda, em
engenharia química. Há três anos,
nasceu o segundo filho do casal,
conferindo-lhes nacionalidade
brasileira.
"Talvez nossa vinda para o Brasil para estudar possa ter motivado a proibição do governo cubano. Eles preferem que fiquemos
por lá", disse o cubano.
Sablón se preocupa com a repercussão do caso em Cuba e afirma que sua briga não é política,
mas pessoal.
"Não temos nada contra o governo de Cuba. Pelo contrário, ele
é bom em áreas como educação e
saúde. Nós só queremos que nossa filha possa ficar conosco no
Brasil", afirmou.
Mobilizados com a situação do
casal, alunos da Unicamp estão
fazendo um abaixo-assinado para
a liberação da menina. O documento deverá ser enviado por eles
para Fidel Castro, em Cuba.
A Unicamp informou, na semana passada, que não vai intervir
no caso, pois é responsável apenas pelos estudos do casal.
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