Campinas, Sábado, 19 de junho de 1999

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CEI da Emdec pode convocar Chico para explicar dívida de R$ 30 mi

GUSTAVO PORTO
free-lance para a Folha Campinas

O presidente da CEI (Comissão Especial de Inquérito) que investiga possíveis irregularidades na Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas), vereador Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho (PT), pediu ontem a convocação do prefeito Francisco Amaral (PPB) para que ele preste depoimento à comissão.
Chico foi responsabilizado pelo presidente da empresa e secretário dos Transportes, Amando de Queiroz Telles Coelho, pela dívida de R$ 30 milhões que a prefeitura tem com a Emdec.
Coelho afirmou, em depoimento à CEI na última quarta-feira, que vem descontando impostos e contribuições dos funcionários da empresa, mas não os repassa.
Além da dívida, Coelho afirmou que o prefeito autorizou a realização de todos os contratos que estão sendo investigados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) ou pelo Ministério Público.
Segundo ele, a dívida de R$ 10 milhões da Emdec só acontece porque o prefeito não pagou a dívida, apesar de ser cobrado por meio de requerimentos.
Coelho disse ainda que não pretende cobrar judicialmente a dívida da prefeitura.
Para que Chico seja convocado, é preciso haver uma aprovação entre os membros da CEI. A decisão será tomada na próxima segunda-feira.
"O depoimento do secretário dos Transportes comprometeu o prefeito, pois, se for comprovado, houve o envolvimento de Chico em casos suspeitos de improbidade administrativa", disse.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou ontem que Chico está em um haras, em local não revelado, para descansar, e só deve voltar na próxima segunda-feira.

Investigações
A CEI da Emdec apura, além da dívida, as suspeitas de superfaturamento e irregularidades nos contratos de aluguel de veículos, de imóveis e no fornecimento de tíquetes-alimentação.
O presidente da empresa é acusado ainda de aumentar os gastos em contratos terceirizados, pessoal e aluguéis em até 200% desde o início do governo.
Coelho afirmou que todos os contratos que estão sendo investigados pela Justiça ainda não tiveram sentença e, portanto, não podem ser julgados irregulares.
Sobre o aumento nos gastos, Coelho afirma que isso ocorreu por causa da elevação do número de serviços prestados.



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