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CEI da Emdec pode convocar Chico
para explicar dívida de R$ 30 mi
GUSTAVO PORTO
free-lance para a Folha Campinas
O presidente da CEI (Comissão
Especial de Inquérito) que investiga possíveis irregularidades na
Emdec (Empresa Municipal de
Desenvolvimento de Campinas),
vereador Sebastião Arcanjo, o
Tiãozinho (PT), pediu ontem a
convocação do prefeito Francisco
Amaral (PPB) para que ele preste
depoimento à comissão.
Chico foi responsabilizado pelo
presidente da empresa e secretário
dos Transportes, Amando de
Queiroz Telles Coelho, pela dívida
de R$ 30 milhões que a prefeitura
tem com a Emdec.
Coelho afirmou, em depoimento
à CEI na última quarta-feira, que
vem descontando impostos e contribuições dos funcionários da empresa, mas não os repassa.
Além da dívida, Coelho afirmou
que o prefeito autorizou a realização de todos os contratos que estão
sendo investigados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) ou pelo Ministério Público.
Segundo ele, a dívida de R$ 10
milhões da Emdec só acontece
porque o prefeito não pagou a dívida, apesar de ser cobrado por meio
de requerimentos.
Coelho disse ainda que não pretende cobrar judicialmente a dívida da prefeitura.
Para que Chico seja convocado, é
preciso haver uma aprovação entre os membros da CEI. A decisão
será tomada na próxima segunda-feira.
"O depoimento do secretário dos
Transportes comprometeu o prefeito, pois, se for comprovado,
houve o envolvimento de Chico
em casos suspeitos de improbidade administrativa", disse.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou ontem que Chico
está em um haras, em local não revelado, para descansar, e só deve
voltar na próxima segunda-feira.
Investigações
A CEI da Emdec apura, além da
dívida, as suspeitas de superfaturamento e irregularidades nos contratos de aluguel de veículos, de
imóveis e no fornecimento de tíquetes-alimentação.
O presidente da empresa é acusado ainda de aumentar os gastos em
contratos terceirizados, pessoal e
aluguéis em até 200% desde o início do governo.
Coelho afirmou que todos os
contratos que estão sendo investigados pela Justiça ainda não tiveram sentença e, portanto, não podem ser julgados irregulares.
Sobre o aumento nos gastos,
Coelho afirma que isso ocorreu
por causa da elevação do número
de serviços prestados.
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