Campinas, Quarta, 20 de janeiro de 1999

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CHUVAS
Desabrigados da região de Campinas ficam em ginásios e escolas enquanto não ganham móveis e colchões
450 esperam doações para voltar para casa

REBECA PAROLI
free-lance para a Folha Campinas

Pelo menos 450 pessoas desabrigadas pelas chuvas que atingiram a região na semana passada dependem da doação de colchões e móveis para voltar às suas casas.
Cerca de 270 continuam abrigadas em escolas e ginásios da região. Outras 179 pessoas já voltaram para suas casas, mas continuam sem móveis. É o caso dos desabrigados de Itapira (72 km de Campinas). Na semana passada, 179 ficaram no Ginásio de Esportes, devido às enchentes. Como o nível do rio baixou, todos voltaram para suas moradias, mas ainda necessitam de móveis e colchões.
Em Capivari (46 km de Campinas), cerca de 200 pessoas continuam abrigadas no ginásio municipal e no almoxarifado da prefeitura. A população e a administração municipal estão doando roupas e alimentos, só que elas dependem da doação de móveis para voltarem para suas casas, localizadas na beira do rio Capivari.
Em Sumaré (26 km de Campinas), a maior parte das 22 famílias que ainda estavam no ginásio de esportes voltou para suas casas. Mas tiveram de assinar um comunicado, afirmando estarem cientes das condições de risco em que elas se encontram.
A prefeitura fez um cadastro dos atingidos e distribuiu alimentos e roupas, doados pela população. Em Socorro (91 km de Campinas), cerca de cem famílias recebem alimentos da prefeitura, mas perderam colchões, camas e guarda-roupas.

Campinas
Pelo menos 65 pessoas estão sem ter para onde ir em Campinas. As casas onde as 16 famílias moravam, no Jardim Sigrist, foram condenadas pela Defesa Civil, devido às chuvas dos últimos dias.
Todos estão provisoriamente abrigados em uma escola no Jardim Nova América. A prefeitura, por meio da Cohab (Companhia Habitacional Popular de Campinas), conseguiu financiar alguns terrenos para os desabrigados no Jardim São Luiz. Mas eles afirmam não ter condições de pagar pela área e pelo material de construção.
É o caso do aposentado Quintino Moreira da Silva, 57. Ele tinha uma casa de seis cômodos e morava com toda a sua família no Sigrist. "Minha casa está condenada e preciso de pelo menos R$ 15 mil para construir uma igual", disse.
A dona-de-casa Joelma Belo Pires, 21, disse que também precisa de material de construção. "O suficiente para pelo menos fazermos um cômodo e mudarmos para o terreno da Cohab", disse.
O agravante é que as famílias de Campinas precisam deixar a escola até o próximo dia 30. "Mas é pouco tempo para construirmos uma casa. Além disso, a cesta de material de construção prometida só chegará em março", afirmou Silva.



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