Campinas, Quinta-feira, 24 de Maio de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Funcionários decidem manter a paralisação

FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Municipal de Campinas decidiu, na noite de ontem, manter a greve por tempo indeterminado, depois de uma reunião com o prefeito Antônio da Costa Santos (PT).
A prefeitura manteve a proposta apresentada dois dias atrás.
A direção do sindicato estima que 80% dos cerca de 14 mil servidores da cidade parem hoje. Ontem, 50% da categoria teria parado, segundo a entidade.
Na tentativa de conter a paralisação, a prefeitura convocou o sindicato para uma nova rodada de negociações hoje.
Segundo o secretário das Finanças da prefeitura, Luís Carlos Fernandes Afonso, porém, a administração não tem condições de alterar a proposta feita, de antecipação salarial de R$ 70 para os 10,5 mil servidores ativos, com a incorporação do valor ao pagamento a ser definida em 2002.
A antecipação seria feita para funcionários que recebem até R$ 1.600. Além dos R$ 70 a serem incorporados, a prefeitura ofereceu aumento de R$ 30 no vale-alimentação e um piso salarial de R$ 570 para os aposentados.
Os servidores pedem 10,32% de aumento salarial, abono de R$ 150 para todos os 14 mil funcionários públicos, aumento de R$ 50 no vale-alimentação e redução de jornada de trabalho para 30 horas semanais.
"A nossa proposta é a melhor possível e não vamos mudá-la, pois estaríamos sendo irresponsáveis", disse o secretário das Finanças.
"Com a antecipação de R$ 70, que é garantida até 2002, o menor salário em Campinas será de R$ 670. Esse é o maior piso oferecido a servidores entre as 50 maiores cidades do país, com exceção de Brasília", completou.
O secretário afirmou que a prefeitura deve começar a descontar os dias parados dos grevistas, caso a paralisação continue hoje.
"Antecipação salarial é enganação. Queremos incorporação aos salários, pois ninguém nos garante que essa antecipação será mantida até 2002", afirmou a diretora do sindicato dos servidores, Vera de Jesus Claro.
A dívida atual da prefeitura é de R$ 1,5 bilhão.
A antecipação prometida pela administração, de acordo com o secretário das Finanças, representará um acréscimo de R$ 10,5 milhões na folha de pagamento deste ano, se concedida a partir do próximo mês.
"A proposta é boa, só precisa ser melhor explicada aos servidores", disse Afonso.


Texto Anterior: Administração: Racha causa 1ª greve do governo Toninho
Próximo Texto: Adesão é baixa, diz prefeitura
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.