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Funcionários decidem
manter a paralisação
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
O Sindicato dos Trabalhadores
do Serviço Municipal de Campinas decidiu, na noite de ontem,
manter a greve por tempo indeterminado, depois de uma reunião com o prefeito Antônio da
Costa Santos (PT).
A prefeitura manteve a proposta apresentada dois dias atrás.
A direção do sindicato estima
que 80% dos cerca de 14 mil servidores da cidade parem hoje. Ontem, 50% da categoria teria parado, segundo a entidade.
Na tentativa de conter a paralisação, a prefeitura convocou o
sindicato para uma nova rodada
de negociações hoje.
Segundo o secretário das Finanças da prefeitura, Luís Carlos Fernandes Afonso, porém, a administração não tem condições de
alterar a proposta feita, de antecipação salarial de R$ 70 para os
10,5 mil servidores ativos, com a
incorporação do valor ao pagamento a ser definida em 2002.
A antecipação seria feita para
funcionários que recebem até R$
1.600. Além dos R$ 70 a serem incorporados, a prefeitura ofereceu
aumento de R$ 30 no vale-alimentação e um piso salarial de R$
570 para os aposentados.
Os servidores pedem 10,32% de
aumento salarial, abono de R$ 150
para todos os 14 mil funcionários
públicos, aumento de R$ 50 no
vale-alimentação e redução de
jornada de trabalho para 30 horas
semanais.
"A nossa proposta é a melhor
possível e não vamos mudá-la,
pois estaríamos sendo irresponsáveis", disse o secretário das Finanças.
"Com a antecipação de R$ 70,
que é garantida até 2002, o menor
salário em Campinas será de R$
670. Esse é o maior piso oferecido
a servidores entre as 50 maiores
cidades do país, com exceção de
Brasília", completou.
O secretário afirmou que a prefeitura deve começar a descontar
os dias parados dos grevistas, caso
a paralisação continue hoje.
"Antecipação salarial é enganação. Queremos incorporação aos
salários, pois ninguém nos garante que essa antecipação será mantida até 2002", afirmou a diretora
do sindicato dos servidores, Vera
de Jesus Claro.
A dívida atual da prefeitura é de
R$ 1,5 bilhão.
A antecipação prometida pela
administração, de acordo com o
secretário das Finanças, representará um acréscimo de R$ 10,5 milhões na folha de pagamento deste ano, se concedida a partir do
próximo mês.
"A proposta é boa, só precisa ser
melhor explicada aos servidores",
disse Afonso.
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