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SOB SUSPEITA
Procuradoria estuda como investigar casal acusado de fraudar o INSS
União pode quebrar sigilo bancário
ROGER MARZOCHI
free-lance para a Folha Campinas
A procuradora da República
Cristiane Miranda Botelho, de
Campinas, estuda pedir a quebra
do sigilo bancário do casal Alzira
Lourenzi Luciano e Maurício Ferreira Luciano, acusado de ter
fraudado o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em R$ 1,46
milhão.
O pedido deve ser feito à Justiça
Federal na próxima segunda-feira. Além disso, a procuradora
também pode pedir à Polícia Federal a abertura de um inquérito
policial para investigar o caso.
Alzira foi gerente regional do
instituto entre 1992 e 98 e teria
forjado documentos falsos para
que o seu marido recebesse as
aposentadorias de 86 segurados
emitidas por meio do PAB (Pagamento Alternativo de Benefício).
O PAB é feito para ressarcir o segurado que, por algum motivo,
teve suspenso o pagamento do
seu benefício, o que não ocorreu.
Segundo o resultado da investigação realizada pela inspetoria do
INSS, Alzira usava todos os dados
do segurado para emitir o PAB.
Ela falsificava uma procuração
na qual o segurado autorizava o
marido a fazer o saque do dinheiro em agências do Banco do Brasil.
A assinatura do segurado também era falsificada. O marido de
Alzira chegou a sacar, de uma só
vez, até R$ 20 mil.
A procuradora da República
disse que não seria necessário,
neste momento, pedir a prisão
preventiva do casal.
"A Alzira teve problemas de
saúde e está internada. Agora, não
vejo a necessidade de pedir a prisão preventiva", disse.
A procuradora vai determinar a
realização de exames grafotécnicos do casal e de 33 dos 86 segurados cujos nomes foram utilizados
para realizar as fraudes.
"O documento apresenta graves
indícios sobre as fraudes", disse a
procuradora.
O juiz substituto da 4ª Vara Cível da Justiça Federal, Vanderlei
Pedro Costenaro, recebeu ontem
a ação cautelar de sequestro de
bens do casal. O juiz decretou sigilo sobre o caso e não vai divulgar
sua decisão.
Outro lado
A Folha procurou ontem durante todo o dia o casal, mas até as
19h, não foi possível qualquer
contato.
O genro de Alzira, que se identificou apenas como Fabrício, disse
que um advogado poderá falar na
semana que vem em uma entrevista coletiva.
"A Alzira já tinha um problema
de saúde, que se agravou com essas acusações, e está internada",
disse.
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