Campinas, Domingo, 24 de Setembro de 2000 |
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PROBLEMAS DA CIDADE Segundo a polícia, 48 mortos tinham até 20 anos; 47,5% tinham ligação com drogas em Campinas Jovens são 18% das vítimas de homicídio
DA FOLHA CAMPINAS Jovens de até 20 anos já somam 17,8% do total de pessoas assassinadas no primeiro semestre deste ano em Campinas, segundo levantamento realizado pelo SHPP (Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil. Dos 269 assassinatos ocorridos nos primeiros seis meses de 2000, 48 eram jovens nessa faixa etária. O SHPP registra apenas os crimes em que há preservação do local do assassinato e a autoria é desconhecida. O levantamento aponta que, do total de mortos, 128 (47,5%) tinham envolvimento com drogas e 99 tinham passagem pela polícia. A maioria das vítimas morava na periferia da cidade. De acordo com os dados da polícia, a maioria (91%) das vítimas tinha cursado até o 1º grau, 6% tinham o 2º grau e apenas 3%, o nível superior. Detenções O número de detenções de adolescentes em Campinas também registrou crescimento no período. A UIP (Unidade de Internação Provisório) registrou até junho deste ano 28% mais apreensões de menores de idade em relação ao mesmo período de 99. Nos seis primeiros meses de 2000, foram encaminhados 1.119 adolescentes, contra 872 jovens conduzidos à UIP no primeiro semestre do ano passado. O total de encaminhamentos feitos em 99 foi 1.326. Segundo a Polícia Militar, mais de 50% dos crimes têm a participação de adolescentes. Para a delegada da Vara da Infância e da Juventude de Campinas, Maria Fernanda Sanches, o adolescente pode ser considerado como "a força maior dentro da criminalidade". Segundo ela, uma lista com 300 adolescentes com ordem de busca e apreensão foi distribuída para as Polícias Civil e Militar, além da Guarda Municipal. De acordo com estatística da UIP, até o mês passado foram apreendidas 193 armas de fogo com adolescentes. Em todo o ano de 99, foram apreendidas 246 armas com adolescentes infratores. "Na maioria das vezes, os criminosos ou as vítimas são adolescentes envolvidos com drogas", disse o delegado do SHPP de Campinas, Oswaldo Diez Júnior. O envolvimento de adolescentes nos crimes dificulta a ação da PM, segundo o tenente-coronel do 8º BPM (Batalhão da Polícia Militar) Antônio Fernando Galasso. "Eles têm ainda um grande amparo da lei", disse. Questões ligadas à violência foram apontadas por 29% dos eleitores campineiros como o principal problema a ser enfrentado pelo próximo prefeito, segundo pesquisa Datafolha. Próximo Texto: Assassinatos crescem 144% em 10 anos Índice |
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