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HABITAÇÃO
Famílias que ocuparam apartamentos inacabados em Campinas não vão aceitar sem-teto no condomínio
Invasor quer barrar entrada de sem-teto
da Reportagem Local
As famílias que invadiram o
Conjunto Residencial do Jardim
Bandeira 2, na região sul de Campinas, querem barrar a entrada de
sem-teto, favelados e moradores
de áreas de risco no local.
Cerca de 1.500 moradores terminaram ontem de ocupar o condomínio.
Ao contrário dos primeiros 1.200
ocupantes que estão no local desde
domingo, o grupo de novos invasores é formado, em parte, por
pessoas que moram em áreas de
risco, favelados e sem-teto.
Os moradores, que já ocupam
320 apartamentos do residencial
desde domingo, querem evitar a
presença de sem-teto e favelados
no local por entenderem que o
grupo não pode pagar pelo apartamento em uma possível negociação com a CEF (Caixa Econômica
Federal), financiadora do empreendimento às construtoras
BPlan e Trese.
Outros 384 apartamentos foram
ocupados. "A maioria aqui é de
classe média. A gente está se organizando para não deixar sem-teto
entrar. Todo mundo quer comprar
e não queremos de graça", disse
Irene Santos, 28, que paga R$ 300
de aluguel em sua casa, na Vila
União.
Segundo Ana Lúcia Teixeira da
Silva, coordenadora de um dos
blocos, os primeiros ocupantes estão se revezando para tomar conta
dos blocos e selecionar os novos
invasores. Ela não revelou qual sua
renda mensal, mas disse que paga
R$ 250 de aluguel em Sumaré.
De acordo com a dona-de-casa
Mírian Viana, 28, as pessoas que
ocupam os prédios estão sendo
orientadas a avisar apenas aqueles
que possam pagar um eventual financiamento para que ocupem os
apartamentos.
Um grupo de 320 famílias iniciou
o movimento ocupando 30 prédios, de 16 apartamentos cada, em
conjuntos residenciais do Jardim
Bandeira 2. As famílias começaram a chegar no local na semana
passada.
Os primeiros invasores moram
na região dos conjuntos e pagam
aluguel. Parte deles tem carro e trabalha.
Os prédios estão semiprontos,
com portas, janelas, vidros, vasos
sanitários, mas sem pintura.
Os conjuntos ainda não têm infra-estrutura como asfalto nas
ruas, energia elétrica nem água.
Ontem, as primeiras áreas invadidas começaram a ser restauradas. Alguns invasores limparam o
terreno e retiraram o mato.
Outros iniciaram pequenas reformas, como instalação de portas
nos apartamentos.
Os ocupantes disseram que esperam que a CEF faça contato logo
para iniciar as negociações.
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