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CRISE CARCERÁRIA
PM usa bombas de efeito moral e atira com balas de borracha
Sob resistência, 160 presos são transferidos de Piracicaba
RICARDO BRANDT
free-lance para a Folha Campinas
Cerca de 160 presos da Cadeia Pública de Piracicaba (80 km de Campinas) foram transferidos ontem para presídios da Coespe (Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários do Estado de São Paulo) na Grande São Paulo e no interior do Estado.
Houve princípio de resistência por parte de 50 presos.
Eles foram contidos com bombas de efeito moral e tiros de bala de borracha, segundo a polícia.
As transferências foram conseguidas após a rebelião do último dia 16, que durou 23 horas e deixou um preso morto e três policiais feridos.
As remoções continuam hoje. Serão transferidos 200 presos.
O subcomandante da PM (Polícia Militar) em Piracicaba, major Antônio Marcolino, disse que o tumulto foi gerado por causa do desentendimento entre detentos de alas diferentes.
Cerca de 200 homens do Batalhão de Choque da PM entraram no presídio para a remoção dos presos e para fazer a revista das celas.
As três pistolas automáticas, que estariam em poder dos presos desde a rebelião, não foram encontradas pela polícia.
Os presos começaram a ser transferidos por volta das 10h, quando saiu o primeiro ônibus. A Secretaria da Segurança Pública mobilizou cinco ônibus para transportar os detentos.
Eles estão sendo levados para presídios na Grande São Paulo e nas cidades de Hortolândia, Sorocaba, Avaré, Presidente Venceslau e Pacaembu. O diretor do Deinter-2 (Departamento de Policiamento Judiciário SP-Interior), Orlando Miranda Ferreira, disse que a meta é transferir a metade dos 600 presos para reformar a cadeia, parcialmente destruída na rebelião.
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