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CONFLITO URBANO
Nelson Ferreira de Campos afirmou, em depoimento à polícia, que foi ameaçado de morte
Padre diz sofrer ameaças há oito meses
da Reportagem Local
O padre da Paróquia da Sagrada
Família e líder religioso da ocupação do Parque Oziel, em Campinas, Nelson Ferreira de Campos,
disse ontem que vem sofrendo
ameaças há oito meses.
Ele depôs no setor de homicídios
da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) sobre as ameaças de
morte. Campos foi ouvido ainda
sobre a morte do líder da invasão,
Mauro Fialho Garcia, no dia 19.
Campos disse que as ameaças
acontecem por telefone. Segundo
ele, a polícia foi informada há dois
meses sobre essas ocorrências. O
padre, no entanto, não havia feito
uma denúncia formal.
O padre foi ouvido pelo delegado Cássio Vita Biazolli, que conduz o inquérito sobre a morte de
Garcia.
"São telefonemas pedindo para
que eu deixe o povo e a ocupação.
Estou tomando precauções, como
não andar sozinho, mas não vou
deixar o Parque Oziel", afirmou.
Campos negou que tenha afirmado que existam policiais envolvidos nas mortes de lideranças da
ocupação.
Áreas de violência
O deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de
São Paulo, Renato Simões (PT),
acompanhou o depoimento do
padre e disse que essa é uma forma
de contribuir para as investigações
sobre a morte de Garcia.
O deputado e o vereador Sebastião Arcanjo (PT) pediram à polícia um levantamento oficial sobre
índice de violência na cidade, com
especificação dos locais.
Eles disseram que consideram
exagerado que o Parque Oziel seja
visto como um centro de violência.
"Estão querendo resumir o problema de violência na cidade ao
que acontece no Parque Oziel. É
uma inversão." disse Arcanjo.
Hoje as lideranças da ocupação
iniciam um abaixo-assinado para
pedir que a Prefeitura de Campinas considere o Parque Oziel uma
área de utilidade pública, como
forma de acelerar o processo de
tornar a ocupação de sem-teto
uma área oficial.
Para o vereador, transformar a
área em utilidade pública daria
mais tempo aos ocupantes para
conseguir o assentamento definitivo.
"Até lá, eles conseguem construir casas de alvenaria e vai ser difícil a retirada", afirmou.
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