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MÁFIA DOS REMÉDIOS
Entre ontem e anteontem, foram localizadas três desovas de medicamentos de vários laboratórios
Defesa Civil recolhe 50 kg de remédio
CHIQUINO JÚNIOR
da Reportagem Local
A Defesa Civil de Campinas recolheu 50 quilos de remédios e
produtos de laboratório com prazos de validade vencidos em três
terrenos baldios da cidade, entre
ontem e anteontem.
Segundo o diretor da Defesa Civil de Campinas, Marcos Smânio
de Túlio, os lotes dos produtos estavam intactos, foram levados à
prefeitura e estão sob responsabilidade da Vigilância Sanitária e do
Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor).
A primeira desova foi localizada
no Jardim Planalto de Viracopos
(região sul). Foram encontrados
cerca de 150 frascos de antibiótico
e xarope. Todos os produtos foram fabricados pela Furp (Fundação do Remédio Popular), um laboratório do governo do Estado
que fornece medicamento apenas
para a rede pública de saúde.
O coordenador da Covisa (Coordenadoria de Vigilância à Saúde)
da Prefeitura de Campinas, Ricardo Cocolisce, afirmou que a direção da Furp manifestou interesse
em investigar o caso e pediu a numeração dos lotes.
Entre os remédios da Furp havia
cloreto de potássio dos lotes
92030541 e 92071014, vencidos em
março e julho, e Cefalexia do lote
92040772, vencido há três anos.
Cocolisce disse que não é possível saber se a desova foi feita por
algum órgão público de Campinas
ou de outras cidades. "Não tenho
registro de roubo desses medicamentos", afirmou.
Também anteontem, no bairro
Alto Taquaral, foram encontrados
cerca de 5 kg de amostras grátis de
medicamentos vencidos.
Ontem, no Jardim Rossin, 300
produtos de laboratório também
foram jogados em um terreno.
No dia 16, foram encontrados
remédios abandonados e queimados no Jardim Nova Mercedes.
Cocolisce disse que o setor não
tem condições de descobrir a origem da série de desovas de remédios feitas em terrenos baldios.
Segundo ele, apesar de conseguir
detectar a numeração de lote dos
produtos, é difícil rastrear seu trajeto depois que deixa o laboratório. "Cada lote tem muitos remédios, que vão para vários lugares
do país, comercializados pelos
vendedores dos laboratórios."
Ele disse que as desovas de remédios em terrenos são indícios de
que os responsáveis são distribuidoras ou farmácias que possuem
outras irregularidades. "Eles podem estar querendo afastar a fiscalização", disse.
De acordo com Cocolisce, são
feitas cerca de 30 denúncias diárias sobre desovas. A Vigilância
Sanitária colocou cinco telefones à
disposição da população.
Onde denunciar: região norte
(243-7454); leste (735-0730); sul
(735-0386); sudoeste (735-0397); e noroeste (735-0286).
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