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CRIME ORGANIZADO 2
Policiais investigados em sindicância interna não serão afastados e regional pede provas
Polícia abre sindicância em Campinas
ELI FERNANDES
free-lance para a Folha Campinas
O comando da
Polícia Civil de
Campinas iniciou
uma sindicância
administrativa para
apurar os indícios
de envolvimento de policiais da
região com o crime organizado.
O trabalho não tem prazo para
terminar, segundo o delegado regional de Campinas, Orlando Miranda Ferreira, 64, que comanda
pessoalmente a sindicância.
As apurações são complexas,
segundo a polícia, porque envolvem fontes de vários Estados.
Ele disse que vai manter na ativa
os 22 policiais investigados pela
CPI. "Eles (os deputados que integram a CPI) não mandam aqui",
disse o regional.
O delegado considera que até
agora as investigações da CPI não
resultaram em "dados concretos"
suficientes para provar que seus
subordinados estão envolvidos
com o crime organizado.
Ferreira afirmou ainda, em tom
de crítica, que a comissão parlamentar "alardeou" o envolvimento dos policiais e agora tem um
compromisso com ele, de fornecer subsídios para resolver "toda e
qualquer infração" de seus subordinados.
O deputados integrantes da CPI
alegam que os depoimentos colhidos em Campinas foram suficientes para sustentar as suspeitas
de envolvimento dos policiais
com o crime organizado.
"Estamos apurando supostas
falhas disciplinares, infrações cometidas no trabalho. Temos uma
lei orgânica que rege nosso trabalho e quero saber quem não a respeitou", disse Ferreira.
Parte do trabalho de apuração,
segundo o delegado, é de extrair
dos depoimentos da CPI as citações envolvendo policiais civis.
O delegado disse ter recebido
parte dos depoimentos colhidos
pela CPI. São cópias taquigráficas
e fitas de vídeo dos trabalhos feitos em Brasília e no Ceará.
"A CPI vai me mandar o material dos trabalhos em Campinas,
no Maranhão e os novos depoimentos de Brasília. Exageros de
lado, a CPI está fazendo seu trabalho", considerou o delegado.
Documentos
Para pedir a documentação dos
trabalhos da CPI, o delegado alegou ter acompanhado só parte
dos depoimentos e que seria humanamente impossível ter registrado todas as atividades.
Ele disse que enviou um ofício
ao presidente da CPI, Magno
Malta (PTB-ES), pedindo as cópias dos depoimentos. "Para a
apuração que fazemos agora, talvez a etapa de Campinas seja a
mais importante", afirmou.
Ferreira afirmou que também
pediu cópias das fitas de TVs que
gravaram os depoimentos à CPI
em Campinas.
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