Campinas, Terça-feira, 29 de Agosto de 2000


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TRANSPORTE
Sem ônibus, veículos de transporte alternativo ficam lotados; funcionários entram no 5º dia de paralisação
Greve faz usuário esperar até 2h30 por perua

Valéria Abras/Folha Imagem
Usuários do transporte coletivo esperam perua na avenida Moraes Sales, em Campinas, ontem


DIOGO PINHEIRO
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A greve dos funcionários da Visca (Viação Santa Catarina), que completa hoje cinco dias de paralisação, deixando 42 mil pessoas da região do Campo Grande sem transporte, está fazendo com que passageiros esperem até duas horas e meia nos pontos por peruas do transporte alternativo.
De acordo com usuários, a espera foi maior no período da manhã, chegando a até quatro horas para quem queria seguir no sentido bairro-centro.
A demora foi causada por uma blitz contra as peruas não cadastradas nas linhas da região, que começou a ser feita pelos funcionários em greve, para que o efeito da paralisação não fosse reduzido.
Depois, a Polícia Militar e a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) foram chamados até o local para organizar a situação, liberando 42 veículos para operar nas linhas.
Para João Batista da Silva, presidente da Atastam (Associação dos Transportadores Alternativos do Sistema de Transporte Alternativo Municipal), a blitz foi equivocada. "Na outra greve da Visca, a Emdec pediu aos perueiros que ajudassem no transporte da região. Hoje (ontem), eles fizeram a blitz. Não dá para entender."
A Emdec informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os fiscais foram chamados para auxiliar a vistoria, reconhecendo alternativos cadastrados.
Para a diarista Maria da Graça Val Santos, 50, moradora do Jardim Itajaí, um dos bairros afetados pela greve, a situação do transporte urbano de Campinas só não está pior graças às peruas do transporte alternativo.
No final da tarde, muitos moradores da região do Campo Grande, cansados de esperar pelas peruas, que passavam lotadas, voltaram para a casa a pé.
Os funcionários da Visca e os moradores da região afetada pela greve prometem para hoje uma manifestação em frente à prefeitura para cobrar uma solução.
O presidente da Visca, José Eustáquio Urzedo, não atendeu a reportagem da Folha ontem.
A empresa não pagou, desde segunda-feira da semana passada, R$ 115 mil, valor referente ao adiantamento salarial de 341 funcionários.
Na próxima quinta-feira, a Visca terá que pagar R$ 600 mil, referentes à rescisão contratual de 120 funcionários demitidos no mês passado, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campinas e Região, Mário de Oliveira Santana.
Essa é a segunda greve dos funcionários da Visca em menos de um mês. A última paralisação durou nove dias.


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