Campinas, Domingo, 29 de agosto de 1999

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SAÚDE PÚBLICA
Centro de Controle de Zoonoses pede que população evite o parque Portugal e o lago do Café
Febre maculosa faz Campinas entrar em alerta; transmissor infesta lagoa


DENIZE ASSIS
free-lance para a Folha Campinas

As notificações de febre maculosa neste ano levaram as autoridades de saúde de Campinas e de cidades da região a decretar alerta contra a doença, transmitida pelo carrapato-estrela.
Neste ano, a Secretaria da Saúde de Campinas notificou, até julho, 13 casos suspeitos da doença. No ano passado, foram 69. Em 97, uma pessoa morreu em Campinas, vítima da febre maculosa.
Duas das principais áreas de lazer de Campinas, o parque Portugal (lagoa do Taquaral) e o lago do Café, no bairro Taquaral, estão infestadas pelo artrópode transmissor. O parque Portugal recebe 15 mil visitantes por semana.
Para o Centro de Controle de Zoonoses de Campinas, a infestação se deve à presença de capivaras, hospedeiras do carrapato.
O Departamento de Parques e Jardins de Campinas estima que 80 capivaras habitam as duas áreas de lazer.
A Secretaria Municipal da Saúde já está providenciando a retirada dos animais do local, o que depende de autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
"A única maneira de eliminar os carrapatos é desinsetizar a área, mas o veneno pode matar as capivaras e intoxicar as pessoas. Então a solução é retirar os animais do local ou confiná-los", afirmou o veterinário sanitarista do Centro de Controle de Zoonoses, Carlos Coelho Figueiredo.
Segundo Figueiredo, existem áreas de risco comum de transmissão da doença em Campinas, mas na zona rural, o que não é o caso dos dois parques.
"Todos os 69 casos notificados em Campinas no ano passado são de pessoas que frequentaram a região ribeirinha do rio Jaguari, principalmente em Joaquim Egídeo. Até o momento não há casos de transmissão na área urbana", disse o veterinário da prefeitura.
Figueiredo informou que as pessoas devem evitar as áreas de infestação, como as mais próximas da lagoa, as matas e o local onde estão os pedalinhos e a concha acústica.
De acordo com a DIR-12, nem todos os carrapatos estão infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii, que causa a doença. A estimativa é que 10% dos insetos são infectados.




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