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ADMINISTRAÇÃO
A autarquia de Campinas tem uma dívida de R$ 201 milhões e uma receita mensal de R$ 14 milhões
Sanasa vai reajustar a tarifa de água
RAQUEL LIMA
DA FOLHA CAMPINAS
A Sanasa (Sociedade de Saneamento e Abastecimento S.A.), de
Campinas, vai reajustar a tarifa de
água nos próximos dois meses. O
reajuste faz parte de uma mudança na estrutura tarifária da empresa. O anúncio do aumento foi feito ontem pelo presidente da autarquia, Vicente Andreu Guillo.
"A atual estrutura está caduca.
Vamos fazer uma reestruturação
que não beneficia só quem consume muito, mas quem realmente
precisa", disse o presidente, sem
adiantar números.
Campinas será a quinta cidade
da região a reajustar a tarifa de
água este ano. Limeira, Sumaré,
Rio Claro e Piracicaba já anunciaram o reajuste. No ano passado, o
aumento da tarifa em Campinas
foi de 10,37%.
A presidência da Sanasa informou ainda que a dívida da autarquia é de R$ 201 milhões -o valor é exatamente a quantia orçada
pela atual diretoria para executar
todas as obras de abastecimento e
tratamento de esgoto necessárias
em Campinas.
O balanço de 2000 foi fechado
com um prejuízo de R$ 7 milhões,
segundo a presidência da empresa. A receita mensal da Sanasa é
de R$ 14 milhões.
A maior "surpresa" da atual diretoria foi o valor da dívida da autarquia com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) calculada
em R$ 13,5 milhões.
O presidente da Sanasa acusa a
antiga diretoria da autarquia de
omissão de dados. "A informação
que tínhamos era de que a dívida
com o INSS era de R$ 2 milhões,
mas esse era apenas o montante
do ano passado", disse Guillo.
Pelo menos R$ 12 milhões da dívida com o instituto foram contraídos na administração anterior, segundo informou a diretora
financeira, administrativa e de relações com investidores da Sanasa, Fábia Tuma. "Foi uma administração ineficiente", disse Fábia.
A dívida com o INSS está parcelada em 60 vezes e consume R$
650 mil mensais da autarquia, segundo Andreu. "Nosso orçamento terá que ser revisto".
Em quatro anos, a Sanasa terá
de destinar R$ 31,2 milhões para o
pagamento da dívida com o INSS.
O valor seria suficiente para concluir as obras da ETE (Estação de
Tratamento de Esgoto) córrego
do Piçarrão, segundo orçamento
da autarquia.
O término das obras da ETE
Anhumas está orçado em R$ 56
milhões e a ETE Santa Mônica em
R$ 8 milhões.
Além do reajuste da tarifa, a Sanasa também divulga em 60 dias o
cronograma de obras.
O ex-presidente da Sanasa Roberto Bueno Corchetti informou
ontem, por meio da assessoria,
que sua administração apenas negociou a dívida gerada em governos anteriores.
Inadimplência
A inadimplência da Sanasa,
acumulada desde 1995 é de R$ 55
milhões, segundo balanço apresentado ontem pela diretoria.
A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) é a maior devedora -R$ 30 milhões.
"Há um processo judicial em
andamento e estamos convencidos de que este valor será convertido para os cofres da Sanasa",
disse o presidente da autarquia.
A Unicamp voltou a reafirmar
ontem, por meio da assessoria,
que não reconhece a dívida.
A universidade se baseia em
uma lei municipal de 1993 que beneficia entidades assistenciais e
beneficentes. "Nenhuma escola
pública é beneficiada pela lei. A
Unicamp também não se enquadra", disse Guillo.
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