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Guilherme Arantes mostra instrumental
DA REDAÇÃO
Com 25 anos de carreira e 26 discos gravados, entre compactos (3) e LPs -sem
contar as 15 coletâneas e álbuns ao vivo lançados em CD-, Guilherme Arantes vem a
Campinas lançar o álbum instrumental
"New Classical Piano Solos", lançado em
julho do ano passado.
O trabalho, que foi gravado de maneira
independente -foi apenas distribuído pela Sony- retoma algumas músicas antigas, em nova versão, como a canção "Pérola de Neon", gravada originalmente no disco "Despertar", de 85.
Guilherme Arantes, paulistano, criado
em Santo Amaro, bebeu na fonte de Bach,
Haendel, do rock progressivo e, é claro, de
músicos brasileiros como Tom Jobim.
Apesar do gosto pelos eruditos e pela melodia, ele é autodidata -estudou música
durante pouco tempo e, segundo ele mesmo, era péssimo aluno. Acabou aprendendo a tocar de ouvido, o que deu a ele um estilo bastante pessoal.
Atualmente, o cantor e compositor não
mantém contrato com nenhuma gravadora. Em entrevista à Folha, Guilherme Arantes comentou a mudança de caráter musical entre os anos 80 -período em que o
cantor obteve maior sucesso comercial,
com várias canções tocadas exaustivamente pelas FMs, como "Planeta Água" e "Êxtase"- e os 90, período em que sua carreira
entrou em franco declínio, ao menos do
ponto de vista comercial -"(o mercado)
saiu de uma música mais melódica e foi para uma música mais rítmica; os anos 90 foram marcados por ritmos e comportamentos, e os 80 foram marcados por canções".
Para ele, as gravadoras, nos anos 90, optaram pelo gosto da maioria, visando a atingir, especialmente, um público recém-incorporado ao mercado consumidor, o que
acarretou perda de qualidade musical.
"Optaram pela quantidade", disse.
Segundo Guilherme Arantes, a maioria
dos artistas da geração dele sofreu muito
com a intensa massificação ocorrida, segundo ele, após o Plano Collor (90), quando teria havido um grande aquecimento no
mercado de aparelhos de som. "Perdemos
espaço e passamos a dividir o espaço que
possuíamos."
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