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FIM DE MANDATO 5
Prefeito reeleito Miguel Haddad deve pagar R$ 13 milhões dos R$ 171,6 mi devidos pela prefeitura
Prefeitura de Jundiaí paga dívida até 2030
DA FOLHA CAMPINAS
O município de Jundiaí (36 km
de Campinas) possui uma dívida
negociada até 2030 de cerca de R$
171,6 milhões.
No próximo ano, o prefeito reeleito Miguel Haddad (PSDB) deverá pagar R$ 13 milhões, segundo informou a Secretaria das Finanças de Jundiaí.
A dívida é equivalente a quase
50% do Orçamento previsto para
2001, de R$ 350 milhões.
Além de administrar uma prefeitura endividada pelos próximos 30 anos, Haddad vai dar continuidade a seu governo, abalado
por pelo menos 52 denúncias de
irregularidades em sua administração.
Em janeiro deste ano, o Ministério Público iniciou uma investigação sobre o processo de privatização do DAE (Departamento de
Água e Esgoto) da cidade.
A principal suspeita é de possível beneficiamento de cinco secretários municipais na compra
de ações sem abertura de capital
na Bolsa de Valores.
Cada secretário tornou-se sócio
do DAE S.A. com apenas R$ 20.
Eles adquiriram 20 ações no valor
unitário de R$ 1. A prefeitura ficou com as 19,9 mil ações restantes, avaliadas em R$ 19,900 mil.
Para a Secretaria das Finanças
de Jundiaí, não houve ilegalidade
na participação dos secretários na
composição acionária do DAE
S.A. Em 99, a Secretaria de Estado
da Saúde e o Ministério da Saúde
investigaram internações "fantasmas" na maternidade de Jundiaí.
Um relatório do ministério
apontava que foram emitidas
AIHs (Autorizações de Internações Hospitalares) para internações de pacientes de existência
não-comprovada e internações
que foram cobradas no sistema,
mas não foram confirmadas pelos
pacientes.
Após a constatação das irregularidades no hospital, a própria
administração anunciou ter aberto uma sindicância para apurar as
internações "fantasmas".
O relatório apontou, ainda, outras irregularidades, tais como a
presença de pacientes no corredor do pronto-socorro, embora
existissem vagas nas enfermarias.
A redução sistemática da produção mensal de exames de ultra-sonografia, com queda de 742 para 322 exames mensais também
foi apontada como irregular pelo
relatório.
Os técnicos do ministério relataram a subutilização de unidades
ambulatoriais, com cobrança do
valor médio da AIH até 27% superior ao valor cobrado no Estado.
Na época, a Secretaria da Saúde
de Jundiaí negou a existência das
irregularidades.
O caso da "máfia" na rede pública de Jundiaí começou a ser investigado pela Polícia Federal de
Campinas em novembro do ano
passado.
No Hospital São Vicente de
Paula, foi constatado o pagamento sem contrato a uma empresa
por prestação de serviços.
A auditoria também detectou
irregularidades em pelo menos
45% das guias para a internação
no São Vicente de Paula e em 52%
das guias no hospital e maternidade.
Na época, Haddad afirmou desconhecer as denúncias.
Gastos
Nos três primeiros anos de sua
administração (97 a 99), Haddad
contratou 1.355 pessoas, elevando
o número de funcionários para
4.967.
A média de contratações nos
três anos de administração do tucano foi de 3,76 funcionários contratados por mês.
Pelo menos 52 pedidos de processo contra a Prefeitura de Jundiaí estariam acumulados.
No último mês de junho, o TCE
(Tribunal de Contas do Estado)
de São Paulo apontou o recebimento de R$ 72 mil por parte do
prefeito de Jundiaí no ano de 97.
Haddad recebe R$ 12 mil mensalmente -R$ 6.000 referentes ao
subsídio e mais R$ 6.000 de verba
de representação, segundo o Tribunal.
Segundo auditoria do TCE, o salário do prefeito deveria ser apenas de R$ 6.000. A partir de amanhã, Haddad passará a receber R$
11 mil. Pela lei, o salário do prefeito não deve superar o valor pago a
um deputado estadual, o equivalente a R$ 6.000.
Para a prefeitura, "os auditores
interpretaram mal o texto da lei e
não entenderam a diferença entre
honorário e subsídio".
A Folha tentou contato com
Haddad na última sexta, mas sua
assessoria informou que ele estava ocupado e não poderia comentar o balanço dos últimos quatro
anos de administração.
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