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Americanos acham substância capaz de atacar malária no fígado

Descoberta é importante porque é no órgão que parasita se esconde

RICARDO BONALUME NETO
DE SÃO PAULO
CDCs/Divulgação
Exemplar de fêmea do mosquito do gênero Anopheles, o único que transmite a malária
Exemplar de fêmea do mosquito do gênero Anopheles, o único que transmite a malária

Depois de pesquisar mais de 4.000 compostos químicos, uma equipe de pesquisadores nos EUA conseguiu detectar um grupo deles capaz de matar o parasita da malária no lugar onde ele costuma se esconder do sistema de defesa humano: dentro de células do fígado.

A descoberta é particularmente importante para o Brasil, pois a espécie de parasita mais disseminada no país tem uma característica particularmente desagradável: dormente no fígado, pode voltar a causar a doença semanas, meses ou anos depois da infecção inicial.

A doença é causada por seres unicelulares trazidos pela picada de mosquitos. A espécie Plasmodium falciparum é particularmente letal na África, enquanto a Plasmodium vivax é mais comum na Ásia e nas Américas.

Após a picada, os micróbios atingem o fígado em meia hora, onde se reproduzem por uma semana. Depois, podem voltar para o sangue ou permanecer dormentes no órgão.

A equipe coordenada por Elizabeth Winzeler, do Instituto de Pesquisa Scripps, da Califórnia, publicou seus resultados na revista "Science". A classe de moléculas antimalária que identificaram é chamada de IZPs.

Para que uma nova droga chegue às farmácias, ainda serão necessários alguns anos de pesquisa. "Nosso objetivo a longo prazo é criar uma caixa de ferramentas químicas e tentar estudar a biologia do parasita no fígado", afirma Winzeler.

Encontrar novas drogas capazes de atacar o plasmódio em vários estágios é importante. Como as IZPs não são semelhantes às drogas antimaláricas atuais, correm menos risco de ser afetadas pela resistência existente hoje.

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