Pesquisador fraudou estudos sobre vinho

	Divulgação Universidade de Connecticut/Reuters
	O indiano Dipak Das no centro de saúde da Universidade de Connecticut, em 2006

Dipak Das, um produtivo estudioso dos benefícios do vinho à saúde e ex-diretor do Centro de Doenças Cardiovasculares da Universidade de Connecticut (EUA), é acusado de 145 episódios de dados forjados ou fraudados.

Onze revistas científicas que publicaram algum material de Das foram comunicadas sobre as fraudes, que em geral mostravam resultados indicando que o consumo de vinho era benéfico à saúde.

O pesquisador investigava principalmente a ação do resveratrol, uma substância presente no vinho. O trabalho de outros cientistas diz que o composto tem propriedades que retardam o envelhecimento e colaboram para a saúde dos mais velhos.

Entre seus estudos com maior visibilidade, há um de 2007 em que Das conclui que a "polpa das uvas é tão benéfica ao coração quanto a casca da fruta, embora as propriedades antioxidantes nelas sejam diferentes".

De acordo com a universidade, uma denúncia anônima levou à investigação, que teve início em 2008 e revisou o resultado de seus trabalhos. O relatório total do caso tem mais de 60 mil páginas.

Segundo um material divulgado pela instituição, colaboradores de Das e outros membros de seu laboratório também são investigados por participação nas fraudes.

"Nós temos a responsabilidade de corrigir os registros científicos e de informar [sobre as fraudes] aos pesquisadores desse campo", afirmou Philip Austin, vice-presidente dos assuntos de saúde da Universidade de Connecticut.

A instituição deu início ao processo de desligamento do profissional. Em comunicado, a universidade diz que, enquanto a investigação acontecia, recusou US$ 890 mil do governo como prêmio para as pesquisas de Das.

Em entrevista ao jornal "The Telegraph", Nir Barzilai, estudioso do resveratrol, afirmou que Das não era uma figura assim tão importante nesse campo de pesquisa.

Segundo ele, mesmo com as fraudes, os benefícios do vinho à saúde não podem ser desacreditados.