Físico que questionou Einstein se demite

O físico italiano Antonio Ereditato, porta-voz do experimento Opera, que detectou partículas que supostamente viajavam mais rápido do que a luz, apresentou sua demissão na semana passada, depois que ficou confirmado que um erro técnico fora responsável pelo resultado.

O anúncio foi feito pelo INFN (Instituto Nacional de Física Nuclear italiano). Se o resultado tivesse sido confirmado, teria caído por terra a teoria da relatividade de Einstein, uma das ideias mais importantes da física moderna.

A decisão de Ereditato foi tomada depois que alguns de seus colegas apresentaram uma proposta na qual defenderam sua demissão.

Em setembro passado, os responsáveis pelo experimento Opera afirmaram ter constatado que certos neutrinos (um tipo de partícula subatômica) viajavam a uma velocidade superior à da luz.

O experimento consistiu em lançar feixes das partículas do Cern (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear), em Genebra, para o laboratório de Gran Sasso, situado a 730 km de distância. Em várias ocasiões, a conclusão foi surpreendente: os neutrinos chegavam 60 nanossegundos (bilionésimos de segundo) antes da luz.

No entanto, em fevereiro, os responsáveis pelo Opera advertiram que as conclusões do experimento poderiam ter sido produzidas por problemas técnicos num GPS.

Um mês depois, um novo experimento refutou as conclusões preliminares do Opera e confirmou que os neutrinos não são mais velozes do que a luz.