São Paulo, sexta-feira, 01 de julho de 2011 |
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Promotora afirma que fogo no Butantan foi crime Magistrada diz que houve negligência e imperícia e responsabiliza cinco funcionários
GIULIANA MIRANDA DE SÃO PAULO O incêndio que destruiu o laboratório de répteis do Instituto Butantan -um dos maiores acervos de cobras para pesquisa no mundo- foi considerado criminoso pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. A promotora Eliana Passarelli considerou que houve "negligência e imperícia" no acidente, ocorrido em maio do ano passado. "Os responsáveis não respeitaram os princípios mais básicos de segurança", disse Passarelli à Folha. No inquérito, foram responsabilizados cinco funcionários: Otávio Mercadante, ex-diretor do instituto; Ricardo Braga de Souza, diretor administrativo; Selma Maria de Almeida Santos, pesquisadora; Carlos Almeida Correia, responsável pela divisão de engenharia; e Otávio Augusto Marques, diretor do laboratório de ecologia. Segundo a promotora, eles serão responsabilizados por incêndio culposo -quando não há intenção de causá-lo. Para Passarelli, os funcionários assumiram o risco de incêndio ao não tomar medidas básicas de segurança e permitir práticas perigosas, como manter uma alta quantidade de material inflamável próxima a fontes de energia. Além disso, a administração fez uma obra no prédio mesmo sem alvará da prefeitura, construindo um mezanino de madeira para abrigar animais vivos. Eles acabaram morrendo no incêndio. A decisão do MP foi baseada, entre outras coisas, no laudo do IC (Instituto de Criminalística). Divulgado em março, o documento diz, no entanto, que o incêndio foi simplesmente acidental. POLÊMICA ANTIGA As denúncias de negligência e imperícia nas instalações começaram logo depois do incêndio, que destruiu boa parte do acervo de quase 85 mil serpentes e 500 mil artrópodes, principalmente aranhas e escorpiões. Em nota, o instituto disse que ainda não foi notificado pelo Ministério Público, mas se diz à disposição do órgão para prestar esclarecimentos. O Butantan afirma que "vem tomando todas as medidas de segurança necessárias ao combate a incêndios" e que "os prédios da instituição possuem extintores, além de brigadistas treinados para combate a incêndios, atendimentos de primeiros socorros e utilização de equipamentos específicos". Texto Anterior: No verão, 25 cidades do Brasil vão ter alerta contra enchentes Índice | Comunicar Erros |
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