São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2008

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Foco

Inpe prepara novo grupo de microssatélites para coletar dados ambientais

Inpe/CBERS
Imagem do satélite CBERS, feito pelo Inpe em parceria com a China, mostra Manaus

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) está preparando uma nova geração de microssatélites de monitoramento para substituir os SCD (Satélites de Coleta de Dados) 1 e 2, que atuam na transmissão de informações utilizadas, por exemplo, em previsões de tempo e no acompanhamento da situação de bacias hidrográficas e correntes marítimas.
O projeto faz parte do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais e prevê o investimento de R$ 22 milhões na construção de dois laboratórios em Natal (RN), onde fica o centro regional do Nordeste do Inpe. Em um desses laboratórios serão desenvolvidos os novos microssatélites de coleta de dados.
Esses equipamentos vão pesar cerca de 50 kg (aproximadamente 10% do peso dos satélites CBERS, construídos numa parceria do Brasil com a China) e custar R$ 5 milhões cada um. Segundo o chefe do centro regional, Manoel de Carvalho, a expectativa do Inpe é criar uma rede com oito satélites de coleta de dados. O primeiro deve ficar pronto em 2013.
"A estimativa é que a gente tenha um novo satélite a cada dois anos para garantir a continuidade do sistema. A idéia é criar uma rede de satélites para ter uma boa cobertura do país, mas isso é algo que ainda vai ser definido", disse.
O SCD-1 está em órbita e funcionando desde 1993, e o SCD-2, desde 1998, apesar de ambos terem sido projetados para uma vida útil de até dois anos. Eles foram os primeiros satélites desenvolvidos e construídos por brasileiros.
Com a criação da rede de satélites tecnologicamente mais avançados, diz Carvalho, o Inpe poderá ampliar o leque de serviços de transmissão de dados gratuitos oferecidos hoje com o uso do SCD-1 e 2, inclusive os de interesse da iniciativa privada.
Entre eles estão o monitoramento de embarcações, de cargas perigosas ou sensíveis, poluição de água e ar e de animais. Algumas dessas ações hoje só são possíveis por aluguel de satélites estrangeiros.
Além disso, o projeto prevê o desenvolvimento, com tecnologia nacional, de receptores/transmissores e estações de coleta de dados. São eles que enviam os dados captados para o satélite que, por sua vez, os repassa ao Inpe. Esses equipamentos hoje são importados pelo Brasil.
"O grande objetivo é poder monitorar o país com mais precisão, aumentar a rede de monitoramento ambiental. A tendência é que as necessidades desse tipo de serviço cresçam cada vez mais, principalmente devido às questões envolvendo mudanças climáticas e previsão do tempo. Portanto, existe uma demanda futura para essa área", disse Carvalho. (FA)


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