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Foco
Inpe prepara novo grupo de microssatélites para coletar dados ambientais
Inpe/CBERS
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Imagem do satélite CBERS, feito pelo Inpe em parceria com a China, mostra Manaus
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
O Inpe (Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais) está
preparando uma nova geração de microssatélites de monitoramento para substituir
os SCD (Satélites de Coleta de
Dados) 1 e 2, que atuam na
transmissão de informações
utilizadas, por exemplo, em
previsões de tempo e no
acompanhamento da situação de bacias hidrográficas e
correntes marítimas.
O projeto faz parte do Sistema Brasileiro de Coleta de
Dados Ambientais e prevê o
investimento de R$ 22 milhões na construção de dois
laboratórios em Natal (RN),
onde fica o centro regional do
Nordeste do Inpe. Em um
desses laboratórios serão desenvolvidos os novos microssatélites de coleta de dados.
Esses equipamentos vão
pesar cerca de 50 kg (aproximadamente 10% do peso dos
satélites CBERS, construídos
numa parceria do Brasil com
a China) e custar R$ 5 milhões cada um. Segundo o
chefe do centro regional, Manoel de Carvalho, a expectativa do Inpe é criar uma rede
com oito satélites de coleta de
dados. O primeiro deve ficar
pronto em 2013.
"A estimativa é que a gente
tenha um novo satélite a cada
dois anos para garantir a continuidade do sistema. A idéia
é criar uma rede de satélites
para ter uma boa cobertura
do país, mas isso é algo que
ainda vai ser definido", disse.
O SCD-1 está em órbita e
funcionando desde 1993, e o
SCD-2, desde 1998, apesar de
ambos terem sido projetados
para uma vida útil de até dois
anos. Eles foram os primeiros
satélites desenvolvidos e
construídos por brasileiros.
Com a criação da rede de
satélites tecnologicamente
mais avançados, diz Carvalho, o Inpe poderá ampliar o
leque de serviços de transmissão de dados gratuitos
oferecidos hoje com o uso do
SCD-1 e 2, inclusive os de interesse da iniciativa privada.
Entre eles estão o monitoramento de embarcações, de
cargas perigosas ou sensíveis,
poluição de água e ar e de animais. Algumas dessas ações
hoje só são possíveis por aluguel de satélites estrangeiros.
Além disso, o projeto prevê
o desenvolvimento, com tecnologia nacional, de receptores/transmissores e estações
de coleta de dados. São eles
que enviam os dados captados para o satélite que, por
sua vez, os repassa ao Inpe.
Esses equipamentos hoje são
importados pelo Brasil.
"O grande objetivo é poder
monitorar o país com mais
precisão, aumentar a rede de
monitoramento ambiental. A
tendência é que as necessidades desse tipo de serviço cresçam cada vez mais, principalmente devido às questões envolvendo mudanças climáticas e previsão do tempo. Portanto, existe uma demanda
futura para essa área", disse
Carvalho.
(FA)
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