São Paulo, terça-feira, 02 de outubro de 2001

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Catástrofe pode ter inspirado mitos orientais

DA REDAÇÃO

A inundação da região que hoje é o mar Negro pelo Mediterrâneo, cujas águas teriam avançado pelo estreito de Bósforo, pode ter inspirado pelo menos duas narrativas do Dilúvio: a lenda bíblica de Noé, contada nos capítulos 6 e 7 do livro do Gênese, e a epopéia mesopotâmica de Gilgamesh. Embora a história bíblica seja a mais difundida, é provável que tenha sido originada da lenda no épico de Gilgamesh.
Segundo a Bíblia, Noé, então o único homem justo da Terra, recebe de Deus a incumbência de construir uma arca e abrigar nela sua família e casais de todos os seres vivos. Deus envia as águas do Dilúvio, que encobrem o mundo durante 150 dias. De acordo com a tradição, a arca teria parado sobre o monte Ararat, na atual Turquia, não muito longe de Sinop. A lenda de Noé pode ter sido escrita por volta do século 6º a.C., por sacerdotes judeus.
A narrativa de Gilgamesh, bem mais antiga, provavelmente de antes do ano 2000 a.C., só chegou aos pesquisadores ocidentais num texto do século 7º a.C. da biblioteca do rei assírio Assurbanípal.
Gilgamesh, rei da cidade de Uruk, no sul da Mesopotâmia, fica obcecado com a idéia de se tornar imortal. Para isso, ele procura Utnapishtim, o único homem a alcançar a imortalidade. Utnapishtim conta a Gilgamesh como os deuses decidiram destruir toda a humanidade, à exceção dele próprio. Utnapishtim constrói um barco no qual coloca sua família, seus bens, as pessoas que construíram o barco e todos os animais.
Seu barco também encalha num monte, o Nisir, depois de resistir ao Dilúvio por sete dias. Os deuses, acalmados por um sacrifício, decidem presenteá-lo com a imortalidade.


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