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Catástrofe pode
ter inspirado
mitos orientais
DA REDAÇÃO
A inundação da região que
hoje é o mar Negro pelo Mediterrâneo, cujas águas teriam
avançado pelo estreito de Bósforo, pode ter inspirado pelo
menos duas narrativas do Dilúvio: a lenda bíblica de Noé, contada nos capítulos 6 e 7 do livro
do Gênese, e a epopéia mesopotâmica de Gilgamesh. Embora a história bíblica seja a
mais difundida, é provável que
tenha sido originada da lenda
no épico de Gilgamesh.
Segundo a Bíblia, Noé, então
o único homem justo da Terra,
recebe de Deus a incumbência
de construir uma arca e abrigar
nela sua família e casais de todos os seres vivos. Deus envia
as águas do Dilúvio, que encobrem o mundo durante 150
dias. De acordo com a tradição,
a arca teria parado sobre o
monte Ararat, na atual Turquia, não muito longe de Sinop. A lenda de Noé pode ter
sido escrita por volta do século
6º a.C., por sacerdotes judeus.
A narrativa de Gilgamesh,
bem mais antiga, provavelmente de antes do ano 2000
a.C., só chegou aos pesquisadores ocidentais num texto do século 7º a.C. da biblioteca do rei
assírio Assurbanípal.
Gilgamesh, rei da cidade de
Uruk, no sul da Mesopotâmia,
fica obcecado com a idéia de se
tornar imortal. Para isso, ele
procura Utnapishtim, o único
homem a alcançar a imortalidade. Utnapishtim conta a Gilgamesh como os deuses decidiram destruir toda a humanidade, à exceção dele próprio. Utnapishtim constrói um barco
no qual coloca sua família, seus
bens, as pessoas que construíram o barco e todos os animais.
Seu barco também encalha
num monte, o Nisir, depois de
resistir ao Dilúvio por sete dias.
Os deuses, acalmados por um
sacrifício, decidem presenteá-lo com a imortalidade.
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