São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2010

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Década bate recorde e é a mais quente da história, diz estudo

Levantamento de meteorologistas foi divulgado no Cancún

CLAUDIO ANGELO
ENVIADO ESPECIAL A CANCÚN

O ano de 2010 encerra a década mais quente já registrada na história e já empata com 2005 e 1998 como o ano mais quente. Os dados foram divulgados ontem em Cancún pela OMM (Organização Meteorológica Mundial).
Segundo quatro séries de dados de temperatura compiladas pela OMM, até novembro 2010 estava ligeiramente mais quente que 1998, ano considerado o de temperatura mais elevada desde que as medições sistemáticas começaram, em 1850.
Como dezembro começa com um fenômeno La Niña, que tende a resfriar o planeta, pode ser que 2010 acabe um pouco menos quente. De qualquer forma, diz Michel Jarraud, secretário-executivo da OMM, as médias dos três anos são as três mais altas, dentro do limite de incerteza.
Nesta década, as temperaturas médias globais ficaram 0,46ºC acima da média de 1961 a 1990. Neste ano, elas estão 0,55ºC acima.
O Ártico foi mais uma vez o lugar onde o planeta mais esquentou: 3ºC acima da média na década. Das 23 sub-regiões em que o planeta foi dividido para análise, apenas uma -o norte da Austrália- teve temperaturas menores que a média neste ano.
Jarraud lembrou os comentários no início do ano sobre o inverno rigoroso no hemisfério Norte -para alguns, sinal da inexistência do aquecimento global.
"Apesar do que as pessoas possam ter sentido localmente, globalmente estava mais quente que o normal."
Com as temperaturas, vieram os eventos extremos: na Rússia, a onda de calor que deixou Moscou em chamas teve temperaturas 7,6ºC mais altas que a média.
"Isso não foi só excepcional, não houve nada parecido na história", disse o chefe da OMM, lembrando que a mesma anomalia meteorológica que esquentou o país causou também outros desastres naturais extremos.
Além disso, houve seca recorde em lugares como a Amazônia, e chuvas recordes em várias outras regiões.


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