|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Réveillon polar
acontece em
barraca gigante
DO ENVIADO À ANTÁRTIDA
Confinados na barraca
central da cozinha no dia
31, os brasileiros se preparavam para uma festinha
restrita de Ano Novo. Arroz, a alternativa do macarrão, e frango cozido em
sacos selados. A última
caixinha de vinho Santa
Rita 120 é aberta.
O jantar-almoço termina por volta das 21h30. Há
uma longa espera à frente
pela meia-noite. Os otimistas têm esperança de
que venha o convite do
acampamento vizinho da
empresa Antarctic Logistics and Expeditions para
uma confraternização.
Às 23h20 vem o ruído
salvador de uma moto de
neve: um funcionário da
ALE para resgatar os brasileiros sem festa e levá-los à barraca-refeitório da
empresa, que abriga três
ou quatro dezenas de pessoas -a maioria homens
de cabeça raspada.
Havia vinho e cerveja à
vontade, além de uma ou
outra garrafa de rum e uísque. Uma caixa escavada
no gelo continha os vestígios finais de um ponche,
feito com frutas frescas.
Jackie e Monica, funcionárias da ALE, eram as
mais animadas. A primeira convocava voluntários
para beber rum, cerveja,
vinho ou o que aparecesse
noutro bloco de gelo esculpido em forma de vulcão.
Na base, um orifício em
que a vítima tinha de encostar a boca e beber até
terminar o fluxo -sob pena de tomar um banho gelado de álcool.
(ML)
Texto Anterior: Expedição à Antártida prepara retorno Próximo Texto: +Marcelo Gleiser: O ano da astronomia Índice
|