São Paulo, sexta-feira, 04 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vulcões moldaram planícies de Mercúrio

Dado da sonda Messenger mostra que lava preencheu bacia formada pelo impacto de um corpo celeste

Nasa
Imagem da sonda Messenger mostra superfície de Mercúrio

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de trinta anos depois de a primeira sonda espacial visitar o planeta Mercúrio, a segunda espaçonave a passar perto do planeta resolveu uma dúvida criada desde então: foram de fato vulcões, e não apenas impactos de corpos celestes, que contribuíram para moldar as planícies de sua superfície.
A sonda americana Messenger também mostrou que Mercúrio sofreu um terço a mais de compressão do que se imaginava -nas palavras do cientista chefe da missão, Sean Solomon, da Instituição Carnegie, de Washington, trata-se do "incrível planeta que encolheu".
Além disso, Mercúrio apresenta bem mais dinamismo do que se imaginava, especialmente na relação da sua atmosfera e superfície com o vento solar de partículas eletricamente carregadas que o bombardeia.
Mercúrio foi analisado de perto pela primeira vez pela sonda americana Mariner-10, em 1974-75, que descobriu seu campo magnético, sua tênue atmosfera e fez imagens de quase metade da sua superfície.
O grosso das informações da Messenger, e o mapeamento total da superfície do planeta, deverá vir em 2011, quando a sonda entrar em órbita de Mercúrio. Mas o primeiro sobrevôo, em 14 de janeiro passado, já rendeu valiosos dados, descritos em onze artigos científicos hoje na revista "Science".
Uma das regiões do planeta agora estudadas é a chamada bacia Caloris, formada pelo impacto de um asteróide ou cometa durante o primeiro bilhão de anos do Sistema Solar. A bacia tem 1.300 km de diâmetro.
Combinando as imagens das sondas Mariner-10 e Messenger foi possível concluir que um período de vulcanismo produziu fluxos de lava que preencheram o interior da bacia.
Apesar de um grande núcleo de ferro ser responsável por cerca de 60% da massa do planeta, confirmou-se agora que o metal é raro na sua superfície. A Messenger deverá fazer dois sobrevôos antes de entrar em órbita -um em outubro, o outro em setembro de 2009.
Os cientistas esperam que a passagem em outubro possa confirmar a origem do campo magnético de Mercúrio.


Texto Anterior: Produção científica cresce 133% em 10 anos no país
Próximo Texto: Genômica: Projeto vai "desconstruir" a cana atrás de energia verde
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.