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Vulcões moldaram planícies de Mercúrio
Dado da sonda Messenger mostra que lava preencheu bacia formada pelo impacto de um corpo celeste
Nasa
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Imagem da sonda Messenger mostra superfície de Mercúrio
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais de trinta anos depois de
a primeira sonda espacial visitar o planeta Mercúrio, a segunda espaçonave a passar perto do planeta resolveu uma dúvida criada desde então: foram
de fato vulcões, e não apenas
impactos de corpos celestes,
que contribuíram para moldar
as planícies de sua superfície.
A sonda americana Messenger também mostrou que Mercúrio sofreu um terço a mais de
compressão do que se imaginava -nas palavras do cientista
chefe da missão, Sean Solomon,
da Instituição Carnegie, de
Washington, trata-se do "incrível planeta que encolheu".
Além disso, Mercúrio apresenta bem mais dinamismo do
que se imaginava, especialmente na relação da sua atmosfera e
superfície com o vento solar de
partículas eletricamente carregadas que o bombardeia.
Mercúrio foi analisado de
perto pela primeira vez pela
sonda americana Mariner-10,
em 1974-75, que descobriu seu
campo magnético, sua tênue
atmosfera e fez imagens de
quase metade da sua superfície.
O grosso das informações da
Messenger, e o mapeamento
total da superfície do planeta,
deverá vir em 2011, quando a
sonda entrar em órbita de Mercúrio. Mas o primeiro sobrevôo, em 14 de janeiro passado,
já rendeu valiosos dados, descritos em onze artigos científicos hoje na revista "Science".
Uma das regiões do planeta
agora estudadas é a chamada
bacia Caloris, formada pelo impacto de um asteróide ou cometa durante o primeiro bilhão
de anos do Sistema Solar. A bacia tem 1.300 km de diâmetro.
Combinando as imagens das
sondas Mariner-10 e Messenger foi possível concluir que um
período de vulcanismo produziu fluxos de lava que preencheram o interior da bacia.
Apesar de um grande núcleo
de ferro ser responsável por
cerca de 60% da massa do planeta, confirmou-se agora que o
metal é raro na sua superfície. A
Messenger deverá fazer dois
sobrevôos antes de entrar em
órbita -um em outubro, o outro em setembro de 2009.
Os cientistas esperam que a
passagem em outubro possa
confirmar a origem do campo
magnético de Mercúrio.
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