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EVOLUÇÃO
Espécie "hipercarnívora" gastava energia demais
Excesso de carne na dieta abreviou vida de parente fóssil do cachorro
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Tamanho não só não é documento, diz o chavão, mas pode levar à extinção da espécie. O que
pode ser bom para um indivíduo
nem sempre facilita a sobrevivência do grupo, segundo estudo detalhado com fósseis de extintos
parentes dos cães e lobos de hoje.
Os pesquisadores descobriram
que chega um ponto em que o tamanho do predador acaba sendo
prejudicial -quanto maior, mais
comida é necessária. E nem sempre é possível obtê-la na quantidade de que se precisa.
O estudo foi feito com fósseis de
carnívoros norte-americanos pelo grupo de Blaire van Valkenburgh, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, e saiu na
revista "Science". Segundo os autores, é comum notar a substituição de grandes carnívoros por outros ao longo da história da vida.
Analisando restos de duas subfamílias extintas de canídeos, o
grupo notou que os "hipercarnívoros" (que só comiam carne e,
de preferência, de grandes presas)
perderam em longevidade para os
"mesocarnívoros", que comiam
pequenas presas e vegetais, e para
os "hipocarnívoros".
"Nenhum dos hipercarnívoros
persistiu por mais de seis milhões
de anos, enquanto que algumas
das espécies mais onívoras duraram até onze milhões", dizem os
autores. Segundo eles, predadores
menores e mais rápidos conseguem variar a dieta. Mas, passado
um certo tamanho, o carnívoro
gasta mais energia caçando do
que poderia ganhar com o consumo de pequenas presas.
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