São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2004

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EVOLUÇÃO

Espécie "hipercarnívora" gastava energia demais

Excesso de carne na dieta abreviou vida de parente fóssil do cachorro

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Tamanho não só não é documento, diz o chavão, mas pode levar à extinção da espécie. O que pode ser bom para um indivíduo nem sempre facilita a sobrevivência do grupo, segundo estudo detalhado com fósseis de extintos parentes dos cães e lobos de hoje.
Os pesquisadores descobriram que chega um ponto em que o tamanho do predador acaba sendo prejudicial -quanto maior, mais comida é necessária. E nem sempre é possível obtê-la na quantidade de que se precisa.
O estudo foi feito com fósseis de carnívoros norte-americanos pelo grupo de Blaire van Valkenburgh, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, e saiu na revista "Science". Segundo os autores, é comum notar a substituição de grandes carnívoros por outros ao longo da história da vida.
Analisando restos de duas subfamílias extintas de canídeos, o grupo notou que os "hipercarnívoros" (que só comiam carne e, de preferência, de grandes presas) perderam em longevidade para os "mesocarnívoros", que comiam pequenas presas e vegetais, e para os "hipocarnívoros".
"Nenhum dos hipercarnívoros persistiu por mais de seis milhões de anos, enquanto que algumas das espécies mais onívoras duraram até onze milhões", dizem os autores. Segundo eles, predadores menores e mais rápidos conseguem variar a dieta. Mas, passado um certo tamanho, o carnívoro gasta mais energia caçando do que poderia ganhar com o consumo de pequenas presas.

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