São Paulo, terça-feira, 04 de dezembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fóssil de dinossauro mostra pele e músculo

Ossada foi achada por adolescente no sítio do tio

National Geographic
Ilustração mostra como era hadrossauro da espécie achada


DA REDAÇÃO

Um grupo de paleontólogos apresentou ontem nos Estados Unidos o primeiro fóssil de dinossauro conhecido com traços de pele e músculos. O hadrossauro -herbívoro com focinho em forma de bico de pato- está tão bem preservado que os cientistas conseguiram calcular a sua massa muscular e descobrir que ele era mais musculoso do que se pensava, talvez mais do que o tiranossauro.
"Isso não é uma marca deixada pela pele [na rocha]. É a pele fossilizada", disse o paleontólogo Phil Manning, da Universidade Manchester, que coordenou os estudos sobre o animal. "Passar a mão sobre essa pele de dinossauro é o mais perto que se pode chegar de tocar um dinossauro real."
O fóssil foi encontrado em 2000 por Tyler Lyson, então com 17 anos, que explorava o sítio de seu tio em Hell Creek (Dakota do Norte). Hoje, Lyson está concluindo doutorado em paleontologia na Universidade Yale, em New Haven (EUA).
O hadrossauro foi estudado pela equipe de Manning com uso de um scanner de tomografia computadorizada. O equipamento usado na investigação foi emprestado pela Boeing e pela Nasa. Os resultados do trabalho serão apresentados no próximo dia 9 na televisão americana em um documentário produzido pela National Geographic Society, que ajudou a bancar os estudos.
O animal, apelidado de Dakota, ficou tão bem preservado porque foi soterrado em uma camada de solo lamacento não muito tempo depois de sua morte. Segundo os cientistas, o dinossauro de 67 milhões anos também tem ligamentos, tendões e possivelmente alguns órgãos internos preservados. O estudo ainda não está completo, mas os cientistas concluíram que, além de maiores e mais fortes do que se pensava, os hadrossauros eram rápidos, flexíveis e tinham escamas.

Sem cabeça
Manning afirma que, como o animal foi fossilizado ("se tornou rocha"), não se consegue saber a cor da sua pele. Segundo ele, porém, o padrão das escamas lembra aquele associado à mudança de cor em lagartos. O estudo indica que o animal, um adulto de 12 metros de comprimento, andava sobre duas patas e pesava cerca de 4.500 kg. Sua musculatura permitiria que ele corresse a cerca de 45 km/h, dizem os pesquisadores.
Como os estudos ainda não terminaram, os pesquisadores não sabem be, por exemplo, se a cabeça do animal está preservada no bloco de rocha que envolve o fóssil. Eles afirmam que esperam identificá-la "nos próximos dias" fazendo uma tomografia mais detalhada.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Tempestades e tornados podem dobrar nos Estados Unidos até o fim do século
Próximo Texto: Comportamento animal: Chimpanzés batem humanos em exercício de memória
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.