São Paulo, segunda-feira, 05 de fevereiro de 2001

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ESPAÇO

Segundo modelo feito em parceria pelo Brasil e pela China foi concluído na semana passada e será lançado este ano

Inpe inicia hoje testes com novo satélite

Roosevelt Cassio/Folha Imagem
Técnicos trabalham na montagem final do satélite CBERS-2


VÂNIA CARVALHO
DA FOLHA VALE

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de São José dos Campos (97 km de São Paulo), inicia hoje os testes do satélite CBERS-2 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres).
O satélite, segundo da parceria entre brasileiros e chineses, teve a montagem finalizada na semana passada. O custo do equipamento é de US$ 50 milhões.
O módulo será embarcado para a China em meados de outubro. O lançamento do satélite irá ocorrer na base de Tayuan, cerca de 400 km a sudoeste de Pequim, até o fim deste ano. A data ainda será definida pelo CCPC (Comitê Conjunto do Projeto CBERS), que reúne brasileiros e chineses.
Segundo o gerente responsável pela montagem, integração e testes do CBERS-2, Carlos de Oliveira Lino, o bom desempenho do CBERS-1 -lançado em outubro de 1999 e ainda em atividade- pode adiar a necessidade de colocar o segundo satélite em órbita.
Os testes do CBERS-2 serão realizados no LIT (Laboratório de Integração e Testes), do Inpe, em São José dos Campos. A primeira fase de exames do novo módulo será apenas de testes elétricos. O objetivo é reproduzir as condições de lançamento e do ambiente em órbita.
Em seguida, o LIT vai realizar diversos testes com o satélite totalmente integrado. Os testes incluirão uma simulação do vôo, que colocará todos os equipamentos em funcionamento, de acordo com a rotina de operação do satélite na órbita da Terra.
Por último, serão feitas as medidas das propriedades magnéticas e de massa do satélite, e também os ensaios ambientais, de vibração e de termovácuo, simulando condições a que o CBERS-2 estará submetido desde o lançamento até a sua operação em órbita.
Dez cientistas chineses vão participar dos testes do satélite. Até o final de janeiro, passaram pelo laboratório 65 especialistas chineses. Os testes do CBERS-1 haviam sido realizados na China.

Coleta de dados
Além da missão de obter imagens da Terra com o uso de câmeras, o CBERS-2 também vai fazer a coleta de dados ambientais por meio de plataformas remotas no solo, integrando o sistema de coleta de dados do país.
O sistema atual já conta com os dados dos satélites SCD (Satélite de Coleta de Dados) 1 e 2.
O projeto é o mais importante já desenvolvido na área espacial no Brasil, com custo total de US$ 300 milhões (70% financiados pelos chineses e 30% pelos brasileiros).
O acordo do projeto CBERS foi assinado em julho de 1988, quando o então presidente José Sarney visitou a China.
O projeto previa o desenvolvimento de dois satélites avançados de sensoriamento remoto. A parceria uniu os dois maiores países em desenvolvimento no mundo.
O Brasil já lançou ao espaço o SCD (Satélite de Coleta de Dados) 1 e 2, Saci (Satélite de Aplicações Científicas) 1 e 2 e o CBERS-1.


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