São Paulo, quinta-feira, 05 de abril de 2007

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Gelo marinho do oceano Ártico atinge sua 2ª menor extensão

Pelo terceiro ano seguido, a banquisa não se recuperou do degelo do verão

Greenpeace
Bóia de 15 m de diâmetro lançada por ambientalistas em Copacabana com a frase "SOS clima"


DA REDAÇÃO

O gelo marinho que cobre o oceano Ártico registrou neste ano sua segunda menor extensão em toda a história, afirmam cientistas americanos. A área de mar coberta por pelo menos 15% de gelo neste mês foi de 14,7 milhões de quilômetros quadrados, pouca coisa mais que os 14,5 milhões de quilômetros quadrados registrados em março de 2006.
Os pesquisadores do NSIDC (Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo), do governo americano, dizem que este é o terceiro ano consecutivo no qual o gelo marinho -que derrete no verão e congela de novo no inverno- deixa de se recuperar totalmente.
A perda se deve a temperaturas acima da média (este inverno foi o mais quente da história no hemisfério Norte), atribuídas ao aquecimento global.
"Esta tendência de longo prazo, que parece estar acelerando, é realmente uma indicação do aquecimento, e a única maneira pela qual você obtém esse aquecimento é com gases-estufa", disse Walt Meier, pesquisador do NSIDC.
A perda progressiva de gelo no Ártico é uma das conclusões mais sólidas de um relatório sobre impactos do aquecimento global a ser divulgado em Bruxelas amanhã. O documento é a segunda parte do Quarto Relatório de Avaliação (AR4) do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). Ele afirma que até 33% do gelo marinho permanente pode sumir em 2100, com risco de um desaparecimento quase total nos meses de verão. Espécies que dependem da banquisa para viver, como os ursos polares, estão ameaçadas.
Neste mês, a extensão do gelo marinho perene era 7% menor que a média de 1979 a 2000.
O documento que será divulgado em Bruxelas prevê também prejuízos econômicos de toda sorte e danos a obras de infra-estrutura, como redes de água e esgoto. As zonas mais vulneráveis são as cidades litorâneas, que sofrerão com a elevação do nível do mar e o aumento na freqüência de fenômenos extremos como ressacas, e os países da África.
Outro alerta foi dado pela Universidade do Estado do Colorado (EUA), que previu que a temporada de furacões do Atlântico de 2007 será mais movimentada que a média, com nove furacões.


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