São Paulo, Sábado, 05 de Junho de 1999
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Falsa lembrança em idosos não é problema de memória, diz estudo

da Redação

Falsas lembranças, comuns em idosos e em portadores do mal de Alzheimer (doença degenerativa do sistema nervoso), podem não ser problema de memória, mas de atenção, segundo um estudo a ser apresentado hoje no encontro anual da Sociedade Americana de Psicologia, em Denver, nos EUA.
Liderada por David Balota, da Universidade de Washington, a pesquisa, combinada a outras recentes, indica um novo modelo para o mal de Alzheimer, baseado nas funções ligadas à atenção.
"Problemas de memória ligados ao envelhecimento não vêm do declínio geral da memória, como na amnésia, mas de colapsos em algumas partes do cérebro que processam a informação após ela ser resgatada", afirma Balota. Essa conclusão permite "estratégias mais adequadas para treinar pessoas e reduzir o declínio cognitivo", diz.
No estudo, voluntários passavam por um teste de associação de palavras. Liam uma lista com vários termos -"cama, deitar, cansado"- ligados a outros, como "sono", ausentes da lista. Após um tempo, deviam lembrar os termos.
Os idosos (70 a 85 anos) citavam as palavras da lista em 55% das tentativas e as palavras ausentes, porém evocadas, em 37% das vezes. Pessoas com Alzheimer citavam palavras da lista em 32% das vezes e palavras ausentes em 35%. Jovens saudáveis lembravam corretamente em 70% das vezes.
A origem dos erros poderia ser a falta de "foco" da atenção. Para Balota, "isso permite interpretar os colapsos de memória e de atenção do mal de Alzheimer".



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