São Paulo, terça-feira, 05 de setembro de 2006

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Avanço do agronegócio agrava as emissões de gás carbônico

DA REDAÇÃO

Uma das descobertas mais relevantes -e assustadoras- do estudo de Douglas Morton e colegas é o que acontece com o carbono retido na floresta e lançado na atmosfera após o desmatamento. Pela primeira vez foi possível acompanhar durante quatro anos as emissões de carbono após o desmate. A conclusão: o avanço do agronegócio capitalizado e mecanizado sobre a floresta está agravando o efeito estufa.
O desmatamento, em especial na Amazônia, já responde por 75% das emissões brasileiras de gás carbônico, o principal gás-estufa. Até agora, no entanto, os cientistas achavam que esse carbono fosse emitido mais lentamente, pela decomposição de tocos e raízes numa área desmatada. E que parte dele voltasse ao solo por rebrota de parte da floresta em áreas transformadas para pasto.
O que o novo estudo mostra é que, no caso da conversão para grãos, as emissões acontecem todas de uma vez -já que a lavoura mecanizada não admite "sujeira"-, e o seqüestro de carbono por rebrota é zero. "Estou falando de uma redução completa da biomassa em no máximo quatro anos", disse Morton à Folha em maio, quando apresentou resultados preliminares do estudo. (CA)


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