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Brasil poderá ter embaixador para o clima
Em encontro com chanceler canadense, Amorim faz menção a emissões de gases-estufa de países ricos
CAROLINA VILA-NOVA
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
O ministro Celso Amorim
(Relações Exteriores) disse ontem que está estudando a criação de um cargo de embaixador
especial para a mudança de clima em sua pasta.
A declaração foi feita em entrevista coletiva ao lado do
chanceler canadense, Peter
MacKay, que está no Brasil para discutir comércio, projetos
de cooperação na área ambiental e energia e a colaboração dos
dois países na Missão de Estabilização da ONU no Haiti.
A criação do cargo, de acordo
com Amorim, foi discutida, de
maneira incipiente, dentro do
Itamaraty.
O chanceler brasileiro disse
ainda que Brasil e Canadá pretendem reativar um programa
de agenda comum sobre o ambiente, incorporando a essa
agenda a mudança climática.
"Somos países muito importantes para ficarmos ausentes
dessas discussões", afirmou.
"Podemos trabalhar juntos
na tentativa de encontrar técnicas melhores e mais limpas
para manter o setor energético
seguro, reconhecendo, ao mesmo tempo, nossas responsabilidades globais no que diz respeito às mudanças climáticas",
disse MacKay.
Amorim não deixou de dar
uma alfinetada nos "vizinhos
do norte". "Nós podemos fazer
mais para evitar o desmatamento, para ter projetos de desenvolvimento sustentável,
mas se as emissões de gás no
hemisfério Norte continuarem
nos níveis em que estão, nós
podemos fazer tudo o que pedem, e mais alguma coisa, e a
Amazônia acabará como floresta", afirmou Amorim. "É por isso que o Brasil não quer ter
uma posição meramente reativa, como às vezes aparenta, nós
queremos ser muito ativos."
O Canadá é um grande produtor de petróleo, e o governo
do conservador Stephen Harper chegou a dizer que rejeitaria o Protocolo de Kyoto contra
os gases-estufa, recuando da
decisão depois.
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