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Nova tecnologia passará por teste em ônibus de SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Ainda neste mês começará a
circular em São Paulo o primeiro ônibus brasileiro com célula
a combustível de hidrogênio.
Ele já rodou cerca de mil quilômetros em testes em Caxias do
Sul (RS), onde foi montado.
Com nove tanques de combustível -com capacidade para
5 kg de hidrogênio cada- e
duas células a combustível, o
veículo tem autonomia para
circular 300 km sem reabastecer. Suas células foram originalmente projetadas para carros de passeio -optou-se por
não usar as específicas para
ônibus pois há poucas empresas que as fabricam no mundo.
Carlos Zundt, gerente de planejamento da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), afirma que o hidrogênio é obtido por meio da
eletrólise, que possui um "ciclo
fechado e limpo". Não é a forma
mais barata de obter o hidrogênio, mas ela não deixa nenhum
subproduto para ser tratado
-diferentemente do que acontece se for usado gás natural para extrair o hidrogênio.
O preço final do ônibus é sigiloso, porém Zundt ressalta que
"é bastante competitivo". E o
desempenho do protótipo é
igual ao de um trólebus e superior à tecnologia diesel -são
mais rápidos e apresentam
maior torque do que a tecnologia convencional.
Agora, diz ele, o país juntou-se a outros três capazes de fazer
ônibus a hidrogênio: Estados
Unidos, China e Alemanha.
O veículo circulará durante
quatro anos no Corredor Metropolitano ABD (São Mateus-Jabaquara), que tem 33 km de
extensão. A estação de abastecimento ficará na garagem da
concessionária Metra, em São
Bernardo do Campo.
A previsão é que sejam construídos mais quatro ônibus
dentro do projeto, que é do Ministério de Minas e Energia e
coordenado pela EMTU. Os recursos para sua realização somam US$ 16 milhões a fundo
perdido, vindos do GEF (Global
Environment Facility)/Pnud
(Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento) e do
MME/Finep (Financiadora de
Estudos e Projetos).
Jogos de Inverno
Vinte ônibus com células a
combustível de hidrogênio farão o trajeto entre o aeroporto
de Vancouver e a estação de esqui Whistler, no Canadá, durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2010. Parte da competição ocorrerá em Whistler e,
segundo o NRC, que integra o
grupo para criação da "Estrada
do Hidrogênio", a ação será
uma "metáfora para a transição
para a economia do hidrogênio
e de um futuro sustentável".
Os ônibus ainda estão sendo
montados -a reportagem pôde
ver apenas um modelo anterior, chamado de "museu".
Os ônibus poderão circular
por cerca de 500 km sem reabastecer, numa velocidade máxima de 90 km/h, e terão uma
expectativa de vida de 20 anos.
Haverá cinco postos para
reabastecimento na região.
(AB)
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