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CLIMA
Nação que lidera exportações mundiais de carvão mineral diz que acordo contra o efeito estufa é ruim para economia
Premiê da Austrália rejeita pacto de Kyoto
DA REUTERS
A Austrália, maior exportador
mundial de carvão mineral, não
irá ratificar o Protocolo de Kyoto,
acordo internacional para reduzir
as emissões de gases que causam
o efeito estufa, disse ontem o primeiro-ministro John Howard.
A rejeição australiana vem um
dia depois de o Japão ter ratificado (transformado em lei) o acordo e pedido a países como a Rússia e os EUA, o maior emissor
mundial, que fizessem o mesmo.
Até agora, o governo da Austrália, que faz parte do chamado
"umbrella group" -grupo de
países aliados dos EUA na questão climática-, não havia decidido se iria se juntar às 73 nações
que já ratificaram o acordo.
"Não está nos interesses da Austrália ratificar o Protocolo de Kyoto", disse Howard. "Para nós, ratificar custaria empregos e prejudicaria a economia", afirmou,
ecoando os argumentos usados
em 2001 pelo presidente americano, George W. Bush, para abandonar as negociações de Kyoto.
Para que o protocolo entre em
vigor, o que estava previsto para
acontecer durante a Rio +10 (cúpula da ONU sobre ambiente e
desenvolvimento sustentável, que
ocorre em agosto na África do
Sul), é preciso que 55 nações o ratifiquem. Elas devem somar 55%
das emissões de gás carbônico
(CO2), o principal gás-estufa (produzido pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão), por
parte dos países industrializados.
Pelas regras do protocolo, as nações industriais devem cortar
suas emissões em 5,2% em relação aos níveis de 1990 até 2012.
Howard disse que os arranjos
de Kyoto não funcionariam enquanto não se impusesse às nações em desenvolvimento -como China e Índia- metas de redução e enquanto os Estados Unidos estivessem de fora.
A União Européia, que lidera os
esforços pela implantação do protocolo após a desistência dos
EUA, ratificou o acordo na última
sexta-feira e conseguiu convencer
o Japão a fazer o mesmo.
No entanto, até agora o bloco só
conseguiu arrebanhar 35,8% das
emissões dos países desenvolvidos, algo muito abaixo do limite
de 55% necessário para a implementação. A UE espera que até o
fim do ano a Rússia também
aprove o protocolo, o que faria a
soma alcançar 53,2%. A Austrália,
que responde por 2,1% das emissões dos países ricos, poderia
completar a meta definida pelo acordo após a adesão russa.
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