São Paulo, sábado, 06 de outubro de 2007

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Sonda japonesa entra em órbita da Lua

Missão Selene é a mais ambiciosa ao satélite da Terra desde a Apollo, afirma agência espacial do Japão

DA ASSOCIATED PRESS

O primeiro satélite lunar japonês entrou em órbita da Lua ontem, naquela que está sendo considerada a mais ambiciosa missão para estudar o satélite natural da Terra desde o programa Apollo, dos EUA, encerrado em 1972.
A Jaxa (agência espacial japonesa) disse que a sonda, batizada em homenagem a uma princesa mitológica, estava em uma órbita elevada e em boas condições, tendo iniciado um projeto de um ano para mapear e estudar a superfície da Lua.
O anúncio marca um grande salto para o programa espacial do Japão, que tem perdido a primazia nessa área para a rival China. Em uma corrida espacial cada vez mais quente na Ásia, tanto a China quanto a Índia planejam as próprias sondas lunares -a chinesa poderia ser lançada nos próximos meses, enquanto a indiana deve decolar em abril de 2008.
O anúncio da Jaxa, ironicamente, vem um dia depois do aniversário do lançamento do satélite russo Sputnik, que marcou em 1957 o início da corrida espacial entre a União Soviética e os Estados Unidos.
Autoridades espaciais japonesas afirmam que a sonda Selene (Explorador Selenológico e de Engenharia, na sigla em inglês) é a maior missão lunar desde o programa Apollo em termos de escopo e objetivos, ultrapassando até mesmo o programa Luna, da ex-URSS, e os projetos Clementine e Lunar Prospector, da Nasa (agência dos EUA). O custo da missão nipônica foi de US$ 279 milhões.
"Acreditamos que este seja um grande passo", disse Yoshisada Takizawa, gerente da missão. "Tudo está indo bem e nós estamos confiantes", afirmou.
A missão, que foi adiada por quatro anos, envolve colocar o satélite principal -chamado Kaguya, nome de uma princesa lunar da mitologia japonesa- em uma órbita circular, a uma altitude de cerca de 100 km, e lançar dois satélites menores em órbitas elípticas.
Os dados enviados pelas três naves serão usados para mapear a Lua e estudar sua origem e evolução. Takizawa disse que a fase de observação começa em dezembro.
O sucesso da Selene é um alívio para o programa espacial japonês, marcado por atrasos e problemas. Neste ano, um dos satélites-espiões japoneses foi perdido. Dois anos atrás, uma missão nipônica a Marte precisou ser abandonada depois que a sonda saiu de curso, e uma outra sonda que chegou perto de um asteróide e deveria ter trazido amostras de volta à Terra se perdeu no espaço. Em janeiro, a Jaxa também precisou desistir de uma missão que pousaria na superfície da Lua.
A China acumulou tentos no período. Tornou-se o primeiro país asiático a mandar um homem ao espaço, em 2003, e deve lançar a sonda lunar Chang'e-1 até o fim do ano.


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