|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sonda japonesa entra em órbita da Lua
Missão Selene é a mais ambiciosa ao satélite da Terra desde a Apollo, afirma agência espacial do Japão
DA ASSOCIATED PRESS
O primeiro satélite lunar japonês entrou em órbita da Lua
ontem, naquela que está sendo
considerada a mais ambiciosa
missão para estudar o satélite
natural da Terra desde o programa Apollo, dos EUA, encerrado em 1972.
A Jaxa (agência espacial japonesa) disse que a sonda, batizada em homenagem a uma
princesa mitológica, estava em
uma órbita elevada e em boas
condições, tendo iniciado um
projeto de um ano para mapear
e estudar a superfície da Lua.
O anúncio marca um grande
salto para o programa espacial
do Japão, que tem perdido a
primazia nessa área para a rival
China. Em uma corrida espacial cada vez mais quente na
Ásia, tanto a China quanto a Índia planejam as próprias sondas lunares -a chinesa poderia
ser lançada nos próximos meses, enquanto a indiana deve
decolar em abril de 2008.
O anúncio da Jaxa, ironicamente, vem um dia depois do
aniversário do lançamento do
satélite russo Sputnik, que
marcou em 1957 o início da corrida espacial entre a União Soviética e os Estados Unidos.
Autoridades espaciais japonesas afirmam que a sonda Selene (Explorador Selenológico
e de Engenharia, na sigla em inglês) é a maior missão lunar
desde o programa Apollo em
termos de escopo e objetivos,
ultrapassando até mesmo o
programa Luna, da ex-URSS, e
os projetos Clementine e Lunar
Prospector, da Nasa (agência
dos EUA). O custo da missão nipônica foi de US$ 279 milhões.
"Acreditamos que este seja
um grande passo", disse Yoshisada Takizawa, gerente da missão. "Tudo está indo bem e nós
estamos confiantes", afirmou.
A missão, que foi adiada por
quatro anos, envolve colocar o
satélite principal -chamado
Kaguya, nome de uma princesa
lunar da mitologia japonesa-
em uma órbita circular, a uma
altitude de cerca de 100 km, e
lançar dois satélites menores
em órbitas elípticas.
Os dados enviados pelas três
naves serão usados para mapear a Lua e estudar sua origem
e evolução. Takizawa disse que
a fase de observação começa
em dezembro.
O sucesso da Selene é um alívio para o programa espacial japonês, marcado por atrasos e
problemas. Neste ano, um dos
satélites-espiões japoneses foi
perdido. Dois anos atrás, uma
missão nipônica a Marte precisou ser abandonada depois que
a sonda saiu de curso, e uma outra sonda que chegou perto de
um asteróide e deveria ter trazido amostras de volta à Terra
se perdeu no espaço. Em janeiro, a Jaxa também precisou desistir de uma missão que pousaria na superfície da Lua.
A China acumulou tentos no
período. Tornou-se o primeiro
país asiático a mandar um homem ao espaço, em 2003, e deve lançar a sonda lunar Chang'e-1 até o fim do ano.
Texto Anterior: PAC da ciência sai neste mês, afirma Lula Próximo Texto: Física: Britânico faz gota d'água "cair para cima", diz jornal Índice
|