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São Paulo, sexta-feira, 07 de fevereiro de 2003

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COLUMBIA

Após revisar evidências já colhidas, agência anuncia que problema registrado na decolagem não provocou acidente

Nasa agora diz que espuma não foi a causa

James Nielsen/France Press
Ron Dittemore mostra pedaço de espuma em entrevista coletiva


DA REDAÇÃO

Depois de investigar extensivamente a principal teoria sobre o que teria causado a desintegração do ônibus espacial Columbia, os técnicos da Nasa concluíram que a causa não foi o desprendimento de espuma do tanque principal de combustível que propele o veículo até o espaço. A conclusão foi apresentada por Ron Dittemore, gerente do programa de ônibus espaciais da agência americana.
"Tem de ser outra coisa", ele disse, mostrando aos jornalistas um pedaço de espuma similar ao que se chocou contra a asa esquerda do ônibus espacial 81 segundos após a decolagem.
A conclusão vem dois dias depois de a Nasa ter anunciado que o impacto era o principal suspeito, principalmente em razão de os problemas a bordo terem começado na asa esquerda do veículo. Agora a agência diz ter descartado essa hipótese -pela segunda vez. Antes da tentativa de pouso, os técnicos já haviam feito uma análise e chegado à conclusão de que o incidente não oferecia riscos.
Os engenheiros realizaram diversas simulações em computador para estimar os danos do impacto sobre a estrutura do ônibus espacial. Mesmo quando os valores foram exagerados e o ângulo de impacto foi modificado, não emergiu um cenário em que dano significativo fosse produzido.
"Dobramos a velocidade do ar, fomos conservadores no peso do material e estávamos usando uma ferramenta que sabíamos que superestimava os danos", disse.
"Foi algo que aconteceu após o lançamento? Foi algo que aconteceu durante a reentrada? Ou foi algo que aconteceu durante o lançamento e que não vimos? Essas são as possibilidades", apontou.
Uma das hipóteses que a Nasa está considerando é a de que o ônibus espacial pudesse ter se chocado com algum pedaço de lixo espacial não-monitorado girando em torno da Terra. Mas a probabilidade é pequena.
A busca por destroços que ofereçam mais dados para a investigação continua. O nariz da nave foi removido do local em que havia sido encontrado, e partes da fuselagem e de uma das asas foram localizadas. Esses pedaços devem ajudar a determinar as reais causas do acidente.

Com agências internacionais


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