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Rio fecha acordo para diminuir emissão de gases do efeito estufa
Adesão a projeto da ONU prevê plantio de 10 milhões de árvores no Estado
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O governo do Rio assinou ontem o primeiro acordo de um
Estado brasileiro com o Pnuma
(Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente) para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa.
Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos
Minc, o Rio foi também o primeiro a aderir à nova campanha do Pnuma para o plantio de
1 bilhão de árvores no planeta.
O acordo permitirá ao Estado
fazer um balanço das emissões
da indústria, dos transportes e
da agricultura, além de ajudar a
criar de um plano de redução.
"Queremos acabar com as
queimadas de cana e mudar os
combustíveis dos ônibus, já que
o diesel é muito poluente", disse Minc, que diz querer combater também as emissões dos 80
lixões do Estado do Rio.
O protocolo de cooperação
inclui o auxílio para o desenho
de estratégias institucionais
para reduzir emissões, a produção de indicadores confiáveis e
as informações necessárias para a formulação de políticas públicas. O prazo de vigência do
protocolo é de 24 meses, mas
ele pode ser prorrogado.
O Rio deve implementar um
programa de reflorestamento
que prevê o plantio de 10 milhões de árvores. Segundo
Minc, a Petrobras se comprometeu a plantar 3,6 milhões delas ao redor do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro), O governo estadual
plantará 2 milhões em torno do
Arco Rodoviário e 1 milhão às
margens do rio Guandu. A Vale
do Rio Doce plantará 1 milhão
de mudas na Ilha Grande.
Apesar de não envolver grande troca de recursos, Minc diz
que o protocolo de cooperação
ajuda o Rio a economizar. "Há
recursos por meio de acesso a
softwares e técnicos. Sem esse
apoio, gastaríamos uma fortuna para o balanço de emissões,
o plano de redução e medidas
de mitigação de emissões".
O diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, presente à
assinatura do acordo, afirmou
que o país está descobrindo que
o problema das mudanças climáticas não se restringe apenas
à Europa e aos Estados Unidos.
Ele destacou ainda que a economia deverá ser afetada pelas
questões climáticas, mas que
ainda é difícil prever seus efeitos. Segundo ele, o Brasil ocupa
uma posição-chave para influenciar o restante do mundo.
IPCC no Rio
Quinze anos depois de reunir
representantes de diversos países para discutir a questão ambiental durante a Eco-92, o Rio
vai sediar a divulgação da última parte do quarto relatório do
IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), em outubro, disse Minc.
Trata-se de um relatório-síntese, que inclui dados sobre vulnerabilidade e mitigação.
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