São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2004

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Morre aos 88 Maurice Wilkins, um dos descobridores da dupla hélice

DA ASSOCIATED PRESS

O físico neozelandês Maurice Wilkins, um dos heróis esquecidos da descoberta do DNA, morreu anteontem à noite aos 88 anos em Londres. Ele recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1962 juntamente com James Watson e Francis Crick, que descreveram em 1953 a estrutura em hélice dupla da molécula.
Ao anunciar a morte de Wilkins (cuja causa não foi revelada), os diretores do King's College, instituição na qual o cientista produziu seu trabalho com raios X que levou à descoberta de Watson e Crick, descreveram-no como "um dos maiores cientistas do século 20 e um homem com imensa compaixão".
James Watson, o único pesquisador envolvido no projeto do DNA que ainda está vivo (Francis Crick morreu em julho último e Rosalind Franklin, que não ganhou o Nobel, morreu em 1958) disse ontem que Wilkins era "um cientista muito inteligente, com uma preocupação muito profunda de que a ciência fosse usada em benefício da sociedade".
Wilkins, que trabalhou no Projeto Manhattan para construir a bomba atômica na década de 1940, virou depois um militante contra as armas nucleares.
Wilkins e seus colegas passaram sete anos tentando provar que o modelo hipotético que Watson e Crick construíram da estrutura do DNA estava correto. Seu trabalho de cristalografia de raios X -que usa a radiação espalhada para produzir imagens-, desenvolvido juntamente com Franklin, foi crucial para a descoberta. As imagens revelaram que as longas cadeias de DNA estavam arranjadas em dupla hélice, dado usado por Watson e Crick para mostrar como as bases orgânicas do DNA estavam pareadas.


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