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Morre aos 88 Maurice Wilkins, um
dos descobridores da dupla hélice
DA ASSOCIATED PRESS
O físico neozelandês Maurice
Wilkins, um dos heróis esquecidos da descoberta do DNA, morreu anteontem à noite aos 88 anos
em Londres. Ele recebeu o Prêmio
Nobel de Fisiologia ou Medicina
em 1962 juntamente com James
Watson e Francis Crick, que descreveram em 1953 a estrutura em
hélice dupla da molécula.
Ao anunciar a morte de Wilkins
(cuja causa não foi revelada), os
diretores do King's College, instituição na qual o cientista produziu seu trabalho com raios X que
levou à descoberta de Watson e
Crick, descreveram-no como
"um dos maiores cientistas do século 20 e um homem com imensa
compaixão".
James Watson, o único pesquisador envolvido no projeto do
DNA que ainda está vivo (Francis
Crick morreu em julho último e
Rosalind Franklin, que não ganhou o Nobel, morreu em 1958)
disse ontem que Wilkins era "um
cientista muito inteligente, com
uma preocupação muito profunda de que a ciência fosse usada em
benefício da sociedade".
Wilkins, que trabalhou no Projeto Manhattan para construir a
bomba atômica na década de
1940, virou depois um militante
contra as armas nucleares.
Wilkins e seus colegas passaram
sete anos tentando provar que o
modelo hipotético que Watson e
Crick construíram da estrutura
do DNA estava correto. Seu trabalho de cristalografia de raios X
-que usa a radiação espalhada
para produzir imagens-, desenvolvido juntamente com Franklin, foi crucial para a descoberta.
As imagens revelaram que as longas cadeias de DNA estavam arranjadas em dupla hélice, dado
usado por Watson e Crick para
mostrar como as bases orgânicas
do DNA estavam pareadas.
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