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Acordo é primeiro com número para proteção global de espécies
EDITOR DE CIÊNCIA
A conferência em Nagoya
também marcou o fim do reinado dos adjetivos nos documentos da Convenção sobre
Diversidade Biológica.
Pela primeira vez, metas
com números reais para deter a perda de biodiversidade
(e não só termos como "significativo", "substancial") foram postas na mesa.
"São propostas ambiciosas em vários casos", afirma
o engenheiro florestal Fábio
Scarano, diretor-executivo
da ONG Conservação Internacional no Brasil.
Com horizonte previsto
para 2020, elas incluem a
meta de zerar as extinções de
espécies e de reduzir pela
metade a perda de habitats
naturais. A ideia é, nesse
mesmo prazo, 17% da área
terrestre do planeta, bem como 10% da área dos oceanos,
virem reservas naturais.
"Confesso que a meta terrestre não me emocionou,
porque hoje já temos 13%
nessa conta. Por outro lado,
só 1% da área marinha está
protegida hoje", lembra Scarano. "Essa meta é uma conquista importante porque obteve até mesmo o apoio de
países asiáticos que tradicionalmente dependem muito
de recursos marinhos."
FALTA CONVERSA
Para Scarano, o próximo
desafio é fazer com que as
convenções ambientais da
ONU -em especial a da biodiversidade e a do clima-
voltem a se "falar".
A oportunidade perfeita,
pode ser a chamada Rio +20
-cúpula em 2012 que marcará os 20 anos da histórica
Eco-92, no próprio Rio. No
evento, a reunião de ambas
as convenções acontecerá ao
mesmo tempo.
"Precisamos criar essa
convergência, fazer ações
coordenadas", afirma ele.
Uma oportunidade óbvia
envolve o chamado Redd+,
mecanismo de redução de
emissões de gases do aquecimento global por meio da
queda do desmatamento.
Bastaria, por exemplo, que
os incentivos ao Redd+ também envolvessem áreas com
especial interesse para a preservação da biodiversidade,
como o cerrado.(RJL)
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