São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2008

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Físico diz que LHC achará partícula que ele teorizou

Peter Higgs quer vê-la detectada antes de seus 80 anos

Fabrice Coffrini/Efe
Peter Higgs dá entrevista na sede do Cern, em Genebra

DA REDAÇÃO

O físico Peter Higgs, 78, afirmou ontem que deve ser possível, em breve, provar a existência de uma partícula que dá massa para o Universo e torna a vida possível -como ele argumentou há 40 anos.
O cientista escocês disse acreditar que a partícula, batizada "bóson de Higgs", será finalmente encontrada pelo centro de pesquisa franco-suíço Cern (Organização Européia de Pesquisa Nuclear). Ele diz confiar que isso ocorrerá quando o acelerador de partículas LHC (Grande Colisor de Hádrons, na sigla em inglês) estiver operando plenamente, no começo do próximo ano.
O bóson de Higgs, previsto até agora somente em teoria, poderia explicar por que a matéria possui massa. "A probabilidade é que a partícula irá aparecer rapidamente... Estou mais de 90% certo disso", afirmou Higgs a jornalistas ontem. Ele esteve em Genebra para visitar o Cern. O LHC -instalado num túnel de 27 km de circunferência- vai usar imãs supercondutores para acelerar núcleos de átomos e fazê-los chocarem-se entre si. O choque produz uma quantidade grande de energia, que então dá origem a uma série de partículas -algumas triviais, como os elétrons. A expectativa é encontrar o Higgs entre essas partículas.
Cientistas do Cern esperam que o processo produza sinais claros do bóson -apelidado de "partícula de Deus" para desgosto de Higgs, que é ateu. "Eu acho embaraçoso [o apelido] porque, embora eu não seja religioso, é o tipo de mau uso de terminologia que pode ofender algumas pessoas", já disse ele uma vez.

Champanhe no gelo
Higgs espera que o bóson seja identificado antes do seu aniversário de 80 anos, em 2009. "Se não ocorrer, eu ficarei muito, muito perplexo", disse. "Tudo acontece tão rápido que o aparecimento do bóson pode estar escondido nas informações coletadas, mas pode demorar um bom tempo para a análise encontrá-la. Eu posso ter de manter a champanhe no gelo por um tempo ainda", afirmou ainda o cientista.
O físico passou a maior parte de sua carreira na Universidade de Edimburgo, na Escócia.


Com Reuters e "The Independent"


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